Até promoção de 'Black Friday' os criminosos dizem fazerReprodução

Rio - Traficantes de comunidades na Zona Norte do Rio têm usado as redes sociais para divulgar a venda de drogas. As postagens feitas no Twitter por criminosos de Parada de Lucas, do Gogo da Ema, em Guadalupe, e do Jacarezinho, no Jacaré, trazem fotos, vídeos do material entorpecente e chegam a ter até 1.700 curtidas. A Polícia Civil investiga os perfis.
Em um dos vídeos compartilhados, o traficante faz propaganda dos tamanhos de droga vendidos na comunidade de Parada de Lucas. O criminoso chega até a localizar nas imagens onde o material é vendido à luz do dia, em frente a estação de trem do bairro. 
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"Ai tá rolando os trabalhos em! Maconha de trinta, a braba e servida. Servidona. A braba. Qualidade, qualidade. Vai rolar meio quilo por quinhentos reais também. Brota no Complexo de Lucas! Brota, brota!" compartilhou um traficante com nome de "MenozinDLucas", na rede. 
Outra página, dessa vez da comunidade do Jacarézinho, também na Zona Norte, também faz publicidade da venda da droga nas redes. Em um dos registros, o traficante mostra 'maconha hidropônica" na favela e convoca os usuários. O perfil usado tem 3.416 seguidores e a imagem da droga, compartilhada no último dia 12, conta com mais de 1.700 curtidas. 
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A postagem também foi retuitada por muitos usuários da rede social. Um deles teria, inclusive, dado seu depoimento sobre a droga: "A tropa do azul nunca decepciona". Enquanto outro avisa, "Amanhã estou indo buscar a minha".
Na favela do Gogo da Ema, em Guadalupe, os criminosos também usam o Twitter para compartilhar imagens e até fazer promoções. "O patrão ficou maluco!".
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Apesar do conteúdo infringir diretamente as regras de uso do Twitter, os criminosos parecem usar a rede social sem medo de serem identificados pelas autoridades. 
A Polícia Civil foi questionada sobre a conduta dos perfis mencionados na matéria e justificou apenas que "as investigações deste tipo de perfil são realizadas de maneira estratégica e com sigilo por delegacias especializadas e distritais. O trabalho é feito com procedimentos de inteligência e integração para identificar, localizar e prender acusados de envolvimento em diversos crimes", concluiu a instituição.