Governador Claudio CastroEstefan Radovicz / Agencia O Dia

Rio - O governador do Rio, Cláudio Castro, disse nesta terça-feira (17) que sua gestão não faz acordo com organizações criminosas que atuam dentro do estado. O chefe do Executivo garantiu que não é conivente com atos ilícitos que incluem servidores e até mesmo seu secretariado. Por conta da denúncia de envolvimento direto com a cúpula do Comando Vermelho (CV), o secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro foi exonerado do cargo. "Ninguém negocia pelo governo", destacou Castro, se referindo aos encontros de Montenegro com traficantes do CV, em entrevista ao RJTV, da TV Globo. 
Montenegro foi denunciado pela Polícia Federal e preso nesta terça. Segundo as investigações da PF, ele e membros da cúpula da Seap faziam visitas às principais lideranças da maior facção criminosa do estado, presas em presídio federal de Catanduvas (PR). Além dele, foram presos também  dois subsecretários: Wellington Nunes da Silva, da gestão operacional, e Sandro Farias Gimenes, superintendente.
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"Nosso governo não faz acordo nenhum, nem com bandidos e nem com milicianos. Se alguém quer se beneficiar com isso, não encontra ecos no nosso governo. As ações da polícia mostram isso. Esse governo não faz acordo, esse governo não é conivente, inclusive com nosso secretariado que participa de atos ilícitos", disse Castro.
Segundo o governador, a decisão pela saída de Montenegro ocorreu há pelo menos 15 dias, mas por contra dos transmites administrativos o novo zero um da Seap, o delegado de Polícia Federal Victor Hugo Poubel Souza da Silveira, não foi nomeado ao cargo anteriormente. 
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"Eu tinha que buscar alguém que tivesse esse perfil de fazer essa integração entre a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e o Departamento Penitenciário Federal".
A exoneração de ex-secretário ocorreu logo depois da denúncia, com exclusividade, de O DIA,  sobre a saída pela porta da frente do Complexo de Gericinó, do traficante Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, um dos chefes do CV. O traficante estava com mandado de prisão em aberto e mesmo assim Montenegro facilitou sua saída da cadeia. 
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Castro garante que não sabia das reuniões de Montenegro com lideranças do CV, mas as constantes idas no presídio de Catanduvas encurtaram sua passagem pela Seap. 
"Eles não avisaram o gabinete. Se tivessem avisado, por óbvio, eu perguntaria o motivo da viagem. Inclusive, é um dos motivos da exoneração Estou tão indignado quanto qualquer um. Alguém dizer que um traficante é mais valioso do que um cidadão, é um absurdo. Erros podem acontecer, mas quando as pessoas erram, não podemos ter compromisso com os erros".