Mulher assaltada ao lado do filho reconheceu Adriano na delegaciaReprodução de vídeo

 Rio - "No dia 20 de maio, às 10 horas da manhã, eu estava com meu filho no carro, parei num local aonde a gente estava indo, desembarquei o meu filho do carro e fui abordada por um homem branco, alto, armado, que pediu a chave do meu carro. No momento em que fui abordada, por nervosismo, não tive a ação de entregar a chave para ele. Então ele pegou a chave da minha mão com força, não titubeou em fazer isso mesmo ao lado de uma criança, e levou meu tablet com meus pertences". O relato é de uma mulher, vítima de um assalto ao lado do filho, criança, em maio deste ano, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
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Ela reconheceu Adriano Py da Silva Cordeiro como o autor do crime. Ele foi preso ontem por policiais da 79ª DP (Jurujuba), apontado como responsável por mais de 20 roubos em Niterói em outros municípios do Estado do Rio, geralmente com uso de violência para ameaçar as vítimas. Segundo a polícia, a mulher dele, Verônica Soares Moreira da Silva, agia em parceria em algumas empreitadas criminosas. Ela está foragida.
A vítima assaltada ao lado do filho deu o relato para os agentes da delegacia. Ela não será identificada por motivo de segurança. A mulher diz que a vida dela mudou desde o crime e que carrega traumas.
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Adriano e Verônica, o casal de criminosos alvo da delegacia de Jurujuba (Niterói) - Reprodução
"Depois disso a minha vida mudou bastante, porque eu preciso do meu carro para trabalhar, para levar meu filho para o colégio, para diversas outras coisas. Mudou toda a minha rotina, fora a questão psicológica de todas as vezes que ver um carro parecido pensar que achei o carro, ou quando vir um homem parecido vindo na minha direção eu ficar superansiosa, nervosa, achando que pode ser um novo assalto. A sensação é de medo constante, mesmo depois de já ter um novo carro", contou a vítima.
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"Mesmo depois de já ter um novo carro, tenho medo de dirigir, medo de aparecer outra pessoa e levar o carro novamente. É uma situação de impunidade, de vulnerabilidade, por ser mulher, por estar sozinha com uma criança, e mesmo assim nada acontecer, um homem simplesmente levar o carro", lamentou ela.
Depois do assalto, a vítima foi amparada por amigos e registrou ocorrência na delegacia. Agora, ela pede que outras vítimas do casal vá à polícia para reconhecê-los. "Desde então a polícia tem entrado em contato para perguntar algumas coisas e o trabalho deles foi muito importante pra mim, porque eu me sinto melhor, no sentido psicológico inclusive, por saber que outras pessoas trabalharam para que ele fosse preso e que pague tudo o que fez não só comigo, mas com muitas outras mulheres. E que todas elas tenham a coragem de poder também reconhecer, para que ele pague pelos crimes que ele deve", ressaltou a vítima.
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Casal já tinha sido preso junto em flagrante
A delegada Raíssa Celles, titular da 79ª DP, revelou que Adriano e Verônica já tinham sido presos juntos em flagrante em outra ocasião, quando cometiam um roubo em São Gonçalo. "Adriano não agia sozinho. Ele agia na companhia de Verônica Soares, que também tem um mandado de prisão expedido em seu desfavor. A Verônica está foragida da Justiça e a Polícia Civil está a sua procura. Não descansaremos enquanto ela não for encontrada. Essa dupla criminosa, que era mais que uma dupla, era um casal, eles têm um passado criminoso. Tanto Adriano como Verônica já possuem diversas anotações criminais pela prática de roubo, praticado em vários municípios do estado do Rio de Janeiro. Em uma oportunidade, eles foram presos em flagrante juntos, no município de São Gonçalo", afirmou a delegada.
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A operação que prendeu Adriano foi apelidada de"Bonnie e Clyde", em referência a Bonnie Elizabeth Parker e Clyde Chestnut Barrow. Era um casal de criminosos norte-americanos que viajava pela região central dos Estados Unidos, com sua gangue, durante a Grande Depressão, roubando e matando pessoas.