Preso, Glaidson Acácio chegou à sede da Polícia Federal acompanhado dos agentesMARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA

Rio - G.A.S. são as iniciais de Glaidson Acácio dos Santos, um personagem conhecido entre os investidores em criptomoedas do Rio de Janeiro. Até 2014, o morador da Região dos Lagos era garçom em um restaurante em Búzios. Entre 2018 e 2019, abriu empresas de consultoria e investimentos em criptomoedas e, desde então, movimenta muito dinheiro no mercado de moedas digitais. Para a Polícia Federal, os lucros de Glaidson são frutos de um grande esquema de pirâmide. Ele foi preso nesta quarta-feira (25) na operação 'Kryptos'.
Glaidson aparece como sócio da G.A.S. Consultoria e Tecnologia, ativa há três anos e com capital social total de R$ 75 milhões, e também da G.A.S. Inovação, baseada em Barueri (SP) e com capital social total de R$ 1 milhão. Em ambas, ele é sócio com Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, venezuelana que seria sua esposa.
Publicidade

Galeria de Fotos

Agentes teriam encontrado mais de R$ 20 milhões em espécie na casa de Glaidson Divulgação
Agentes teriam encontrado mais de R$ 20 milhões em espécie na casa de Glaidson Divulgação
Agentes teriam encontrado mais de R$ 20 milhões em espécie na casa de Glaidson Divulgação
Glaidson Acácio dos Santos REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Preso, Glaidson Acácio chegou à sede da Polícia Federal acompanhado dos agentes MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA
Preso, Glaidson Acácio chegou à sede da Polícia Federal acompanhado dos agentes MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA
Carros de luxo foram encontrados na casa de Glaidson Acácio, dono da GAS Consultoria, investigada por pirâmide financeira no mercado de criptomoedas REPRODUÇÃO TV GLOBO
Carros de luxo foram encontrados na casa de Glaidson Acácio, dono da GAS Consultoria, investigada por pirâmide financeira no mercado de criptomoedas REPRODUÇÃO TV GLOBO
Glaidson Acácio, dono da GAS Consultoria, é investigado por movimentar 'cifras bilionárias' em esquema de pirâmide no mercado de criptmoedas. Um carro forte foi necessário para recolher o dinheiro. Barras de ouro e carros de luxo também foram apreendidos. Marcos Porto
Carros de luxo foram encontrados na casa de Glaidson Acácio, dono da GAS Consultoria, investigada por pirâmide financeira no mercado de criptomoedas REPRODUÇÃO TV GLOBO
Na casa de Glaidson, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, agentes encontraram R$ 14 milhões em espécie, além de dólares e euros. A quantidade era tão grande que foram necessárias malas e um carro forte para transportar os valores até a sede da Polícia Federal, na Praça Mauá. Um Porsche e uma BMW também foram apreendidos, além de barras de ouro.
Publicidade
Segundo as investigações, a empresa G.A.S. Consultoria, com sede em Cabo Frio, é responsável por um esquema de pirâmide chamado 'ponzi', que prometia um "insustentável retorno financeiro sobre o valor investido". Pessoas aportavam grandes quantidades de dinheiro no esquema, que prometia lucros de 10% ao mês sobre o valor investido. O lucro, no entanto, não chegava - tudo o que entrava na empresa ficava com Glaidson e os sócios, segundo a PF.
"Se pararmos pra olhar dentro do quadro social brasileiro, R$ 20 milhões é uma quantia exacerbada. Mas não podemos afirmar que ela é oriunda de prática criminosa", afirmou o advogado Thiago Minagé, que defende Glaidson.
Publicidade
"Não é nenhum crime ter um dinheiro em casa, a quantia sendo alta, ou baixa, desde que o dinheiro tenha origem lícita e seja de conhecimento dos órgãos competentes. Eu preciso que o cliente me passe as informações sobre o que foi apreendido. Ele diz que é lícito, e me passará os documentos comprobatórios", completou o advogado.
A operação da Polícia Federal em conjunto com o Gaeco, do Ministério Público Federal, e com a Receita Federal, cumpriu cinco mandados de prisão e 15 mandados de busca e apreensão. Na ação desta quarta, agentes também apreenderam 591 bitcoins, o equivalente a R$ 147,7 milhões; 21 veículos de luxo; diversos relógios de alto valor, joias, celular e diversos documentos.