Turistas celebram 90 anos do Cristo Redentor junto ao monumento, no Morro do CorcovadoFábio Costa/ Agência O Dia
Aniversário do Cristo tem discurso de ministro e promessa de conciliação
Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite diz que presidente Jair Bolsonaro pediu atenção especial à polêmica entre o ICMBIo, que controla o Parque da Tijuca, e o Santuário, que administra o monumento
Rio - Entre preces e cânticos católicos, a cerimônia de aniversário dos 90 anos do Cristo Redentor, celebrada na Catedral Metropolitana do Rio, foi marcada pelo clima de conciliação no ar. Em discursos, como o do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Pereira Leite, autoridades e lideranças religiosas prometaram solucionar o impasse entre o Santuário do Cristo Redentor e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que chegou a resultar em registro de crime de intolerância religiosa no mês passado, após Padre Omar, reitor do Santuário, ser barrado na subida do Corcovado.
Ao microfone, o ministro Pereira Leite falou rapidamente da relação pessoal com o Cristo Redentor - "tenho uma réplica na sala de casa" -, e fez prometeu que o governo federal irá intervir para solucionar a crise, acompanhada até pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
"Vamos trazer uma solução definitiva para a área onde se encontra o Cristo Redentor. Semana passada estive com o presidente Bolsonaro e ele me pediu atenção especial a esse tema, e, com apoio de todos, vamos achar uma solução definitiva para trazer o Cristo Redentor", disse o ministro.
O impasse acontece porque a reitoria religiosa administra o Santuário do Cristo, e o ICMBio, do governo federal, controla o Parque Nacional da Tijuca. Em junho, uma decisão judicial chegou a retirar lojistas do Corcovado, após ação movida pelo Ministério do Meio Ambiente. No mês passado, Padre Omar, reitor do Santuário e colunista do DIA, foi barrado por seguranças ao tentar subir para realizar um batizado - o ICMBio informou que a demora era parte do protocolo sanitário da covid-19.
Por conta do ocorrido, a Arquidiocese do Rio emitiu uma nota de repúdio, classificou a situação como constrangedora e chegou a registrar queixa na delegacia por crime de intolerância religiosa.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, tratou o Cristo Redentor como símbolo da 'cordialidade' da cidade. "Ele é uma espécie de bússola, de norte, de ponto de referência para todos os cariocas e para aqueles que adotam e amam essa cidade. Ao mesmo tempo, o Cristo significa cordialidade, a capacidade do nosso povo de receber e acolher a todos os visitantes".
O governador Cláudio Castro, que também é cantor católico, fez coro às mensagens de esperança para o futuro. "Que os 90 anos do Cristo Redentor sejam lembrados por todos daqui para a frente como o tempo da reconstrução, da esperança e de uma nova vida para a nossa cidade, nosso estado e nossa nação".
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