Audiência do processo contra 12 militares envolvidos na açãoLucas Cardoso
"Ele não enfrenta, em momento nenhum esse fato principal, ele cria um espantalho ataca e demoniza. Totalmente falacioso. A defesa limitou-se a trazer testemunhas que não presenciaram nada. Aquelas sem relevância jurídica, do tipo: 'ouviu dizer'. A defesa procura desacreditar o acusador. Não enfrenta o fato principal, os 62 tiros deflagrados contra o carro", pontuou o jurista.
Segundo ele, o advogado de defesa também dá a entender que a denúncia do MP imputa a todo Exército culpa pela ação dos oito militares.
"Quem aqui imputou ao Exército algum fato criminoso? Ninguém. Ela usa o apelo para emocionalmente embaraçar a mente dos senhores juízes militares. Os senhores estão condenando 8 acusados que violaram o código penal", disse o promotor, que conclui: "A defesa não ataca o fato principal e coloca o Exército no banco dos réus".
O MP também questiona a informação passada pela defesa de que o tráfico local, comandado pelo criminoso chamado de "Coronel", teria destruído três veículos blindados naquele mesmo dia. "Não teve isso", pontuou o promotor, apresentando ainda um relatório que só indicava duas perfurações em dois dos blindados, enquanto no terceiro haveria apenas uma.
Gorrilhas também questionou essa relação de causalidade dos fatos apontada pela defesa, que disse ter relação direta entre a troca de tiros ocorrida pela manhã na operação feita pelos militares no Muquiço, em Guadalupe, na Zona Norte do Rio, com o incidente que resultou na morte de Evaldo e Luciano: "Não tem esses dados. Diante da falta de dados. Qual o caminho do inquérito? O arquivamento ", comentou o promotor, que também foi o responsável pelo arquivamento do processo que vinculada os dois casos.
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