Corpo do vereador Sandro do Sindicato é velado em igreja que frequentava, em Duque de Caxias. Familiares e amigos seguiram o cortejo até o cemitério descalçosREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA

Rio - O corpo do vereador de Duque de Caxias, Sandro do Sindicato, será enterrado na manhã desta quinta-feira (14) na capela do cemitério Nossa Senhora do Pilar, no município da Baixada Fluminense. Um velório acontece desde as 5h, na igreja Adonai, e o sepultamento está marcado para as 10h. Sandro, de 42 anos, foi assassinado a tiros no bairro do Pilar, na quarta-feira (13).
Amigos e familiares se concentram em frente à igreja Adonai, onde Sandro é velado. Algumas pessoas presentes caminham descalças até o cemitério.  
Vereador pelo Solidariedade em primeiro mandato e eleito com mais de 3 mil votos, Sandro estava em uma van quando foi baleado por tiros de fuzil. O veículo estava na Estrada do Pilar, no bairro Pilar, em Duque de Caxias. Ele morreu na hora. Segundo Marcos Silva Faria, irmão do vereador, ele estava indo para a Reduc, o local onde ele ajudava os trabalhadores. O vereador era muito conhecido por sua luta junto ao Sindicato dos Trabalhadores de Caxias. "Ele estava indo para a Reduc, ele sempre se reunia com trabalhadores, essa era uma causa pela qual ele lutava muito".
Marcos disse ainda que a notícia da morte do irmão pegou a todos de surpresa e afirma que Sandro não tinha desafetos e era muito querido. "Meu irmão era muito querido por todos. Se ele tivesse alguma desavença ou se estivesse sendo ameaçado eu saberia, nós éramos muito amigos. A família não faz ideia do que possa ter acontecido, mas acreditamos na justiça e esperamos que tudo seja esclarecido. Meu irmão vai deixar um legado".
Caxias tem três assassinatos de vereador em sete meses
Sandro é o terceiro vereador morto no município em um intervalo de sete meses. Em março, o vereador Danilo Francisco da Silva (MDB), conhecido como Danilo do Mercado, e o filho dele, Gabriel da Silva, de 25 anos, foram executados em plena luz do dia na Praça Jardim Primavera. Quem assumiu a cadeira do político foi a filha do traficante Fernandinho Beira-Mar, Fernanda Costa.
Em setembro, o ex-policial Joaquim José Quinze Santos Alexandre, o Quinzé, de 66 anos, foi morto a tiros na estrada São João-Caxias, no limite entre Caxias e São João de Meriti. No lugar dele, assumiu Elson da Batata (PL), que já foi preso por suposta agressão contra sua ex-esposa.
Com a morte de Sandro, já são 26 os políticos assassinados no estado do Rio desde 2018. Só na Baixada Fluminense, desde 2016, foram contabilizadas 29 mortes de pessoas ligadas à política na região. De acordo com a polícia, boa parte dos crimes tem relação com disputas que envolvem milícias. Em 2020 a Polícia Civil criou uma força-tarefa para investigar a suspeita de exclusividade de curral eleitoral em área de atuação de grupos paramilitares. A força-tarefa foi criada após o assassinato dos candidatos a vereador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Mauro Miranda da Rocha, em setembro, e de Domingos Barbosa Cabral, 20 dias depois.