Gilberto Gilreprodução do instagram

Rio - Na tarde desta quinta-feira, a Academia Brasileira de Letras (ABL) vai eleger o novo integrante da entidade que ocupará a cadeira número 20, tornando-se um membro efetivo ou imortal - como são chamados os membros da Academia. O cantor e compositor baiano Gilberto Gil, de 79 anos, é o favorito para ocupar o posto. Recentemente, Fernanda Montenegro foi eleita uma imortal pela entidade.
Apesar do favoritismo de Gil, outros dois candidatos concorrem ao posto de irmotal: o poeta Salgado Maranhão e o escritor Ricardo Daunt também concorrem. O novo ocupante entrará como membro na vaga que foi de Murilo Melo Filho, morto em maio de 2020. A eleição vai ocorrer às 16h, no Petit Trianon, no Rio de Janeiro.
Gilberto Gil é um dos principais nomes da música popular brasileira. Mesmo tento terminado a faculdade de administração, ele optou pela música e em 1970 formou uma parceria com Caetano Veloso. Já ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais, fazendo sucesso na Europa e Estados Unidos também.
Por outro lado, o poeta Salgado Maranhão pode surpreender. O maranhense é autor de 12 livros de poesia e é compositor de sucessos de nomes populares da música brasileira, como Ney Matogrosso, Paulinho da Viola e Elba Ramalho. Já o escrito Ricardo Daunt tem publicado livros desde 1975. Também é crítico literário e tem dois pós-doutorados realizados fora do Brasi
Fernanda Montenegro
Última personalidade a ser eleita, Fernanda Montenegro se tornou uma imortal da ABL em 4 de novembro. A atriz, de 92 anos de idade, foi a única a concorrer a cadeira 17 da entidade. O fato de não haver nenhuma outra candidatura foi entendido como uma homenagem à carreira e à trajetória da atriz. A veterana tomará posse logo depois que a Academia voltar do recesso de final de ano, em março de 2022.
Nas redes sociais, a atriz enalteceu a importância histórica da ABL. "A Academia Brasileira de Letras é um referencial cultural de 125 anos. Abrigou e abriga representantes que honram a diversidade da nossa criatividade em várias áreas. Vejo a academia como um espaço de resistência cultural. Agradeço a oportunidade", afirmou.
Em entrevista ao "Fantástico", ela repercutiu a conquista de ser a nona mulher a receber o título. "Primeiro eu tenho que ser empossada (na ABL) e, aí, saber o que eles querem de mim, o motivo para me aceitarem", comentou a artista, que vai ocupar a cadeira 17, usada anteriormente pelo diplomata Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março de 2020.
Fernanda, que se dedica a textos de a textos de Nelson Rodrigues e da filósofa Simone de Beauvoir há décadas, comentou ainda a necessidade de maior representatividade feminina e negra. "Se tem representantes nas áreas médicas, de Direito e de Sociologia lá dentro, por que não mulheres? E também de qualquer raça. Há necessidade de uma presença das personalidades negras lá dentro", defendeu.
Regras
De acordo com o estatuto da Academia Brasileira de Letras, para alguém se candidatar é preciso ser brasileiro nato e ter publicado, em qualquer gênero da Literatura, obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livros de valor literário. Seguindo o modelo da Academia Francesa, a ABL é constituída por 40 membros efetivos e perpétuos - sendo chamados de imortais. Além deste quadro, existem 20 membros correspondentes estrangeiros.
Quando um membro da ABL morre, a cadeira se torna vaga na Sessão da Saudade e, a partir de então, os interessados possuem dois meses para efetuar sua candidatura, através de carta ao Presidente. A eleição feita por "escrutínio secreto" (um exame minucioso) transcorre sessenta dias após a declaração da vaga.