Técnicos da Secretaria Conservação e funcionários da Comlurb fazem a limpeza do terreno no Morro do Salgueiro, onde um imóvel de três andares caiu, na noite de quarta (17). Um homem morreuREGINALDO PIMENTA/AGÊNCIA O DIA

Rio - O corpo de Carlos Eduardo, de 22 anos, morto no desabamento na comunidade do Salgueiro, na Zona Norte do Rio, na noite de quarta-feira, será levado de volta para o Rio Grande do Norte, para ser enterrado
onde o rapaz nasceu. A informação é de parentes do jovem que liberaram o corpo no IML. A mulher da vítima, Alexandra da Silva e a filha do casal, de quatro anos, também estavam no imóvel quando a estrutura foi a abaixo. A menina, que estava internada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, já recebeu alta e Alexandra está internada, com quadro de saúde estável, em uma unidade particular.
Além da família, outra moradora, Alessandra Silva, de 19 anos, também foi resgatada e levada para o Salgado Filho. Ela recebeu alta médica ainda durante a madrugada de quinta-feira (18). Carlos, Alexandra e a filha se mudaram para o Morro do Salgueiro há apenas quatro meses. Segundo a Secretaria Municipal de Habitação, a construção que desabou não possuía licenciamento nem o registro "habite-se".

"O Carlos e a esposa vieram há quatro meses do interior do Rio Grande do Norte para tentar a vida no Rio, mas infelizmente aconteceu essa tragédia", lamentou a secretária municipal de Assistência Social, Laura Carneiro. Para ela, tragédias como essa ocorrem porque parte da população não têm outra escolha a não ser morar em áreas de risco. "Credito (a tragédia) à pobreza. As pessoas moram em casas como a que desabou não porque querem, mas porque essa é a opção que elas têm".

Segundo amigos da família, Carlos já trabalhava há pelo menos um mês em uma loja. Testemunhas disseram que o homem ainda chegou a gritar por socorro quando estava sob os escombros, mas morreu ainda no local. A filha de quatro anos foi resgatada com vida, sob aplausos de vizinhos e bombeiros.

A família de Carlos morava no primeiro dos três andares do imóvel. No segundo andar vivia um casal de irmãos, que não estava em casa. No terceiro, uma família com uma criança de dois anos. Segundo vizinhos, os moradores da cobertura são os donos do imóvel e alugavam as outras duas residências.

O imóvel passou por uma vistoria após o acidente e a Defesa Civil constatou que os prédios vizinhos não sofreram abalo e por isso não foram interditados. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) realizaram perícia e a 19ª DP (Tijuca) abriu inquérito para apurar as causas do acidente . Alguns moradores já começaram a ser ouvidos.