Bala que matou Vítor Reis de Amorim entrou pelas suas costasReprodução Instagram

Rio - Uma testemunha revelou que presenciou o momento em que um policial militar realizou o disparo que matou o lutador de Muay Thai Vítor Reis de Amorim, de 19 ano, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. Segundo o relato divulgado pelo RJ1, a testemunha, que não foi identificada, corroborou com a versão da família de que não houve tiroteio no local.
"Só foi um tiro, um único tiro. Não teve mais de um tiro, não teve. Ele se assustou, como eu me assustei também. Corri, como as demais pessoas correram", disse a testemunha, que estava na hora em que Vítor foi baleado dentro de um bar na comunidade da Jaqueira.
Segundo a Polícia Militar, os agentes foram atacados a tiros quando faziam patrulhamento e houve um confronto. O laudo da Polícia Civil confirmou que o tiro que matou o lutador entrou pelas costas da vítima.
Família acusa PMS
De acordo com a família, o jovem tentou fugir para se proteger quando ouviu os disparos, mas testemunhas disseram que os policiais dispararam contra ele. Vítor Reis foi socorrido pelos próprios policiais e levado para o pronto-socorro de São Gonçalo, mas já chegou morto na unidade. Vaneuci disse que os policiais ocultaram a informação de que o filho já estava sem vida. "No hospital, eu perguntei aos policiais o que tinha acontecido e eles me engaram. 'Nós demos um tirinho nele que pegou no ombro' e era mentira, pegou na barriga".
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo informou "que o paciente deu entrada ao Pronto-Socorro Central já em óbito, às 16h37, com orifício de entrada na região peitoral à esquerda".
Procurada pelo DIA, a Polícia Militar informou que uma pistola, munições e um rádio comunicador foram apreendidos no local da ocorrência. Os demais envolvidos fugiram para o interior da comunidade. De acordo com o porta-voz da corporação, major Ivan Blaz, os policiais não disseram se Vítor estava com esses itens. "Isso não foi apresentado pelos policiais. Na verdade, o que foi dito é que, após o ataque e o confronto armado, os criminosos fugiram para o interior da comunidade, restando ali ao solo o Vítor e a pistola".