Victor Michel Oliveira tomou a primeira dose infantil no Centro Municipal de Saúde Eduardo Araújo Vilhena Marcos Porto

Rio - A ansiedade para tomar a vacina contra a covid-19 não deixou João Paulo Pinheiro, de 11 anos, dormir à noite. O pequeno tomou a primeira dose nesta terça-feira (18), no Centro Municipal de Saúde Eduardo Araújo Vilhena Leite, no bairro do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, e a felicidade com a imunização deixou a dor da agulha de lado. Hoje, foi a vez dos meninos dessa faixa etária irem aos postos para receber a proteção. A vacinação infantil na cidade começou nesta segunda-feira (17), com as meninas de 11 anos.


"Doeu só um pouquinho, mas valeu à pena. O mais importante é tomar a vacina. Eu estava ansioso, quando acordei hoje, já estava pensando: "vacina, vacina, vacina!". Agora, vou ficar ansioso para a segunda dose", celebrou João Paulo, que já conta os dias para a segunda dose, em março. A mãe do menino, a professora Márcia dos Santos Pinheiro, de 42 anos, contou que o filho não quis esperar para se imunizar contra a doença e que saber que ele voltará para escola com o imunizante traz alívio.

"Com a volta às aulas e ele vacinado, a gente fica um pouco mais tranquilo. Dá um certo alívio que chegou para a idade dele. E que venha logo a segunda dose, terceira, quarta, e a gente vai vacinando, porque o importante é vacinar. E ele (João Paulo) é muito consciente, e antigamente ele tinha medo de agulha, de vacina, mas com essa, ele quis se vacinar logo", contou a professora.

Com uma camisa do Batman, para dar força e coragem, Carlos Eduardo Ribeiro, 11, chegou a fechar os olhos no momento de receber a vacina, no mesmo posto. "Eu estava com medo, mas não doeu. Agora já estou protegido, forte igual ao Batman", comemorou. A dona de casa Vitória Regina, mãe de Carlos Eduardo, contou que o filho não queria se vacinar, por medo. "Eu já vim trabalhando a cabeça dele. Ele não queria se vacinar, porque estava com medo. Mas, eu e todo mundo lá de casa já vacinou, então vim garantir logo a vacina dele", afirmou Vitória.

Na próxima quarta-feira (19), o município realiza repescagem para meninos e meninas de 11 anos. Além deles, crianças com idades entre 5 e 11 anos, que tenham comorbidades ou deficiência, podem procurar os postos de vacinação a qualquer momento da campanha. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), alguma unidades ficaram com poucas doses hoje e a pasta precisou fazer o remanejamento para suprir os estoques.

Ainda hoje, a SMS vai retirar um novo lote com mais 33 mil doses, que chegaram nesta manhã no Centro de Distribuição da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Somente ontem, 18,6 mil doses foram aplicadas no público-alvo. Nesta terça, a expectativa é aplicar outras 15 mil, entre elas, no João Matheus, de 11 anos, que se disse animado para reencontrar os amigos imunizados.

"Eu não estava com medo e não doeu nada. Aguentei firme. Eu sabia que a vacinação era importante, desde o início. Agora, vou voltar para a escola mais tranquilo e encontrar meus amigos", celebrou. Prestes a completar 12 anos, a mãe do menino decidiu que iria vaciná-lo no grupo de 11 anos, para evitar que ele seja infectado pela covid-19.

"Eu quis trazer ele já no primeiro dia, porque é muito importante a vacinação. Como ele ainda não teve covid-19, a gente não pode deixar passar, não pode deixar ele sem vacinação de jeito nenhum. Sou totalmente a favor da vacina. Ela faz 12 anos em março, mas resolvi trazer logo, também por conta da volta às aulas, para ele estar apto a voltar para a escola normalmente", disse a mãe de João, a professora Monique Carvalho, de 42 anos.

O Centro Municipal de Saúde Eduardo Araújo Vilhena Leite e outros postos do Rio, além de vacinar as crianças, continua aplicando doses de reforço em pessoas a partir de 18 anos, que tenham completado o esquema vacinal há quatro meses ou mais. As unidades também aplicam primeira e segunda dose nos cariocas a partir de 12 anos que ainda não tenham se vacinado. A dona de casa Cristina Costa da Cruz, de 42 anos, procurou a unidade hoje para receber sua dose de reforço.

"É muito importante tomar a dose de reforço, por causa desse aumento de casos. Lá em casa, estamos todos vacinados. Meu marido pegou a covid, mas está bem. Eu vim hoje no posto para tomar a minha terceira dose, já que eu estava no prazo para receber, para me proteger e mesmo se eu pegar, ter sintomas leves", relatou Cristina.

"Eu acho que todos deveriam tomar a terceira dose, principalmente com esse aumento considerável de casos. Hoje todo mundo conhece ou ouviu falar de alguém que pegou a covid-19, mas está com sintomas mais leves. Por isso, acho extremamente importante as pessoas tomarem a dose de reforço", ressaltou o comerciante Ricardo Ribeiro, de 44 anos.