Um dos acusados de espancar o congolês se entregou na 34ª DP (Bangu) e foi levado para 16ª DP (Barra da Tijuca) Agência O DIA

Rio - A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) já identificou e prendeu três dos cinco homens que aparecem agredindo Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, até a morte no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na última segunda-feira (24). Todos foram indiciados por homicídio duplamente qualificado sem possibilidade de defesa e meio cruel. A reportagem apurou que um homem, identificado apenas como Fábio, foi preso na noite desta terça-feira (1º) e disse aos policiais que o congolês era usuário de drogas e estava rondando o local. Na tentativa de dar um corretivo, acabou passando dos limites. Ele foi encontrado na casa de parentes em Paciência, também na Zona Oeste.
Segundo o delegado Henrique Damasceno, titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o porrete usado no crime foi localizado em um matagal perto do quiosque, após a denúncia de uma testemunha. Mais cedo, Helison Cristiano confessou participação no espancamento e morte do jovem. A vítima foi agredida com golpes de madeira e taco de beisebol. Através de áudios gravados, Helison contou outra versão do ocorrido e garantiu que as imagens das câmeras de segurança vão poder confirmar tudo. Ele também negou que Moïse estivesse cobrando salários atrasados.
"Sou um dos envolvidos no caso do congolês na Barra da Tijuca. Ninguém quis tirar a vida de ninguém", iniciou o funcionário no áudio. "Eu fiquei pra dormir no trabalho e tinha um cara 'doidão' de cerveja e drogas, causando terror. Estava arrumando o quiosque para fechar e ele tentou meter a mão numa cerveja e eu não deixei. Ele foi para o quiosque do lado, só que era de um senhor de idade. Aí a gente desceu para a areia e, quando ele voltou, tentou pegar a bolsa do 'coroa'. Em seguida, pegou uma cadeira para dar na cabeça do 'coroa' e fomos para cima", conta.
Na sequência, um dos agressores confirma que ele e outras duas pessoas, entre elas um segurança, começaram a bater em Moïse para defender o idoso. Ele também negou a participação de outras pessoas, ou policiais militares, na ação. O agressor contou que a intenção não era matar o jovem. "Não fomos pra matar, tanto que não batemos na cabeça, só demos uma 'porradas' nele e ele continuou falando, só que infelizmente não resistiu. Eu também não estava mais no momento em que amarraram ele. Não me julguem antes de ver o vídeo, fomos defender uma pessoa e aconteceu essa fatalidade", disse.
O funcionário do quiosque na Barra da Tijuca disse ter tentado se entregar duas vezes à polícia, mas que por medo de sofrer represálias, ele recuou. Nesta terça-feira, informações preliminares apontaram que ele esteve na 34ª DP (Bangu) para se entregar e que será encaminhado à Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), responsável pelas investigações. O dono do Quiosque Tropicália também prestou depoimento.
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