Durval: morto na porta de casaReprodução

Rio - Novas testemunhas vão prestar depoimento para esclarecer detalhes da morte de Durval Teófilo, assassinado com três tiros, no último dia 2, pelo sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, no bairro Colubandê, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. De acordo com Luiz Carlos de Aguiar, advogado da família do repositor de mercado, a decisão de chamar novas pessoas para serem ouvidas aconteceu após a viúva de Durval prestar um novo depoimento nesta quinta-feira (10), onde complementou informações sobre as câmeras de segurança do condomínio e informou que deixou o local onde morava por conta de ameaças.
"Eu estou indignada. Eu moro ali há 15 anos e a gente conhece todos os vizinhos, sei quem são ali dentro e ele (sargento), simplesmente nunca conheci", afirmou Luziane Teófilo. A oitiva foi convocada após a mudança da tipificação do crime, que passou de homicídio culposo, quando não há intenção de matar, para doloso, quando há.
A Luziane está com medo da soltura do Aurélio, existe um receio, até porque, logo após o falecimento do esposo dela, ela recebeu algumas informações que a gente entendeu como ameaça. A gente não pode falar diretamente que é uma ameaça, mas o que ela ouviu, subentende-se que seria. Foram poucas, duas ou três, mas como ela era a mulher e por ter uma filha pequena em casa, para ela tomar cuidado e abafar o caso, porque isso poderia ser prejudicial para ela no futuro", disse Luiz Carlos de Aguiar.
De acordo com a defesa, uma outra suposta ameaça não queria a presença da polícia e da imprensa no local, para não "sujar" a imagem do condomínio. "Isso deixou ela um pouco receosa, com um pouco de medo, até porque foram três tiros sobre o marido dela, e ela está muito atordoada com todo o problema e preferiu não ficar ali. É um medo que se tem. Realmente, ela é mulher, é mãe, agora viúva e tem uma criança de 6 anos. Como ficar ali depois de ouvir algo como isso? Então, ela preferiu se ausentar do local", explicou o advogado.
O sargento da Marinha do Brasil pode passar por um júri popular. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, a juíza Myryam Therezinha Simen Rangel Cury, da 5ª Vara Criminal de São Gonçalo, determinou que o militar seja julgado por um Tribunal de Júri. A magistrada declinou para a 4ª Vara Criminal da mesma Comarca, acolhendo ao parecer do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).