Sétimo dia de buscas no Morro da Oficina, em PetrópolisMarco Pereira/Agência O Dia

Rio - Equipes do Corpo de Bombeiros entraram, nesta segunda-feira, no sétimo dia de buscas pelas vítimas da tragédia de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, enfrentando um clima instável e com pancadas de chuva durante a tarde e noite. Até às 20h40, 181 corpos haviam sido encontrados, sendo 165 identificados e 89 pessoas desaparecidas desde o dia 15 de fevereiro, quando a forte chuva caiu na região, devastando dezenas de casas.
O tempo não ajudou as equipes que, assim como nos dias anteriores, precisaram suspender os trabalhos. A Defesa Civil acionou as sirenes de 15 pontos da cidade: Alto da Serra (Ferroviários), Itaipava (Buraco do Sapo, Gentio), Vila Felipe (Chácara Flora), Independência (Rua O e Taquara), Quitandinha (R. Ceará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Duques e Amazonas), Dr. Thouzet, João Xavier, São Sebastião (Vital Brazil, Adão Brand).
Durante todo o dia, o Corpo de Bombeiros distribuiu as equipes por áreas críticas da cidade, em pontos em que há indicação de vítimas. As equipes se dividem em três áreas principais, os setores Alfa, Bravo e Charlie, que abrangem regiões como o Morro da Oficina, a Rua Teresa, o Alto da Serra, a Chácara Flora, a Vila Felipe, Caxambu e localidades vizinhas. O Posto de Comando central fica no 15° Grupamento de Bombeiro Militar. A corporação também segue a varredura e monitoramento de rios, com uso de mergulhadores e apoio do drone. 
É esperado para a semana mais chuva em Petrópolis. O tempo instável permanece pelo menos até quarta-feira (23), quando o sol deve começar a abrir. O solo encharcado é um problema para o trabalho do Corpo de Bombeiros na busca por desaparecidos. Na terça (22), o tempo vai ficar encoberto e com chuva isolada, com mínimo de 60% de umidade.
Tristeza: corpos são encontrados abraçados
Os socorristas relataram uma cena triste para este sétimo dia de buscas. Durante a madrugada desta segunda-feira, as equipes de resgate localizaram quatro corpos em uma casa soterrada na Vila Felipe. A família estava toda em um só cômodo, e três morreram abraçados.
Maior catástrofe de Petrópolis
Segundo a Prefeitura, o maior desastre anterior foi causado por temporais em 1988, quando registrou 171 mortes. No dia 5 de fevereiro de 1988, há exatos 34 anos, uma chuva torrencial caiu sobre a Cidade Imperial, deixou 171 mortos, mais de quatro mil desabrigados e milhares de feridos. O então prefeito, Paulo Rattes, afirmou à época que era "a maior catástrofe de todos os tempos".