Geral - Funcionarios do BRT entram em greve. Na foto, Terminal Alvorada, zona oeste do Rio.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Na tarde desta sexta-feira (25), o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, em decisão favorável ao pedido da Procuradoria Geral do Município (PGM-Rio), determinou que o sindicato dos rodoviários em greve assegurem, de forma imediata, o funcionamento de até 80% da frota de ônibus do BRT. A decisão judicial informa ainda que caberá multa diária de R$ 100 mil a ser paga pelo sindicato, em caso de descumprimento.

Em nota, a Prefeitura do Rio informou sobre a decisão judicial: "A desembargadora presidente do Tribunal Regional do Trabalho, Edith Maria Corrêa Tourinho apreciou o pedido de dissídio coletivo protocolado pela Procuradoria do Município e determinou o retorno das atividades".

O prefeito do Rio, Eduardo Paes divulgou imagens do documento em seu perfil nas redes sociais, comemorando a decisão:



Mais cedo, ele já havia divulgado um outro vídeo, também pelas redes sociais, repudiando veementemente:

“Infelizmente a gente assiste mais uma vez a tentativa de empresários em chantagear a prefeitura usando de forma covarde os trabalhadores do BRT para forjar uma greve e prejudicar a população. O objetivo deles é tentar impedir que as mudanças necessárias para recuperar o sistema sejam implementadas”.

E continua:

“A ação é certamente uma resposta a encampação que nós realizamos. Bom, eu quero aqui garantir a todos os cariocas que ninguém vai nos impedir de realizar a missão de fazer uma nova licitação, comprar novos ônibus, construir garagem pública e seguir ao lado do interesse dos cariocas que é o maior prejudicado com essa atitude covarde e imoral”.

O prefeito segue dizendo que já imaginava a dificuldade em enfrentar os interesses empresariais por trás de toda a mudança que a prefeitura deseja realizar em melhorias para o sistema BRT mas que não irá persistir e comemora o fato de a Justiça do Trabalho acatar ao pedido feito pela prefeitura e a PGM-Rio para que fosse determinada a retomada dos serviços do BRT:

“Nós vamos seguir firmes e eu reafirmo que qualquer tentativa de chantagem vai fracassar e que ao final desse processo nós vamos devolver aos cariocas um sistema de transportes digno e eficiente”.

Veja o vídeo completo, abaixo:

 
 
 
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Sindicato dos Rodoviários se manifesta sobre notificação judicial
Em nota divulgada na tarde desta sexta, após tomar conhecimento da decisão judicial do TRT-RJ, o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Sebastião José, emitiu nota informando que:

"Em uma democracia, decisão judicial é para ser cumprida e não discutida, e em seguida se recorre".

E complementa dizendo:

“Estamos desde novembro do ano passado tentando fechar junto a prefeitura, um acordo coletivo onde todos os funcionários sairiam do BRT e seriam automaticamente contratados pela Empresa Mobi Rio, inclusive os que estão afastados pelo INSS, mas para celebrar esse acordo é preciso que ele seja levado para assembleia; ou seja, mesmo na situação atual, um novo acordo precisa antes ser submetido aos trabalhadores” - explicou.
Sebastião reforça que é importante e prudente que os motoristas que participam da paralisação, cumpram a decisão judicial. E cobra da prefeitura, a reabertura imediata das negociações para que se atenda a pauta de reivindicações dos trabalhadores.
A greve do BRT que pegou os cariocas de surpresa
Na manhã desta sexta-feira(23), os cariocas foram pegos de surpresa com uma greve organizada pelos motoristas do BRT, que informaram mais tarde estarem reclamando melhores condições de trabalho, segurança e um reajuste nos salários. Com o ato, muitos passageiros tiveram enfrentar longas filas e aglomerações para sequer conseguir pegar outro ônibus das linhas convencionais para chegarem ao seus compromissos.
Dos três corredores do BRT, funcionava apenas o corredor Transoeste que operava parcialmente, com ônibus regulares e somente a linha Santa Cruz-Alvorada, o que foi informado pela própria prefeitura.
Em nota, a Prefeitura do Rio informou que não recebeu qualquer comunicado, por parte do Sindicato ou qualquer outra liderança, sobre a intenção dessa paralisação ou a pauta de reivindicações. "Portanto, trata-se de uma greve ilegal. A Prefeitura do Rio, por meio da empresa Mobi.Rio, orienta à população que procure outra alternativa de transporte público para se locomover".
Ainda segundo a prefeitura, a presidente da Mobi.Rio, Cláudia Seccin, tentou, "sem sucesso", iniciar uma negociação com os grevistas. "Mas eles se negaram a conversar".

Em seu perfil no Twitter, o prefeito Eduardo Paes se manifestou sobre a greve e disse que o movimento é obra dos empresários que faziam parte do consórcio cuja concessão foi cancelada.
"Tem empresário de ônibus insatisfeito com a encampação e usando trabalhadores do BRT para tentar reconquistar a concessão. Lamento informar que não serão bem sucedidos. Vamos prosseguir. Estamos trabalhando para restabelecer o sistema", disparou Paes.
O Sindicato dos Rodoviários do Rio, informou por meio de nota que cerca de 480 motoristas que trabalham nos três corredores do BRT cruzaram os braços nesta manhã. Eles reivindicam que seja realizado um novo contrato que garanta todos os direitos dos funcionários, incluindo férias, 40% do FGTS em caso de demissão, auxílio desemprego, reajuste salarial, ticket alimentação, plano de saúde, pagamento de horas extras, além da contratação dos funcionários que estão afastados pelo INSS.
Sebastião José, presidente do sindicato, a entidade também foi pega de surpresa com essa paralisação, já que as negociações estão bem adiantadas.
"As tratativas com a prefeitura estão andando, mas claro que ainda existem pontos que precisam ser discutidos, como a demissão dos cerca de 60 funcionários que estavam pelo INSS, que para nós e inadmissível. Que fique claro que nem a prefeitura nem os empresários usarão os profissionais da categoria como massa de manobra", explicou ele.
O Centro de Operações Rio (COR) chegou a informar que a cidade tinha entrado em estágio de Mobilização logo cedo, por volta de 06h45, por problemas causados pela greve que afetou a mobilidade na cidade.