Rio - As denúncias de 'atos libidinosos' entre Monique Medeiros e o seu advogado, se comprovadas, vão ficar na ficha da detenta, o que prejudica seu índice de comportamento, dificultando uma possível progressão de regime. As queixas que partiram de detentas que são da mesma cela que a mãe de Henry Borel são consideradas graves pelo sistema prisional. Além de abrir um procedimento apuratório, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que Monique será questionada sobre os possíveis atos em depoimento à Comissão Técnica de Classificação.
Essa Comissão é responsável por orientar a individualização da execução penal por meio da elaboração de um Programa Individualizado de Ressocialização, que busca dirigir, orientar, coordenar, controlar, analisar e acompanhar o referido programa. A data do depoimento ainda não foi definida.
Entre as queixas relatadas está a informação de que Monique teria se encontrado com o advogado no parlatório da unidade prisional usando roupas inadequadas. Na denúncia, as detentas disseram que o advogado teria se tocado enquanto ela exibia os seios. O local onde o ato teria sido praticado não possui câmeras de vigilância e os dois estavam separados por um vidro.
Ao DIA, o secretário de Administração Penitenciária repercutiu o ocorrido e fez um pedido: "O caso será apurado com rigor necessário. Em especial em casos emblemáticos e com grande repercussão, chamo a atenção para a complexidade que é a vida dentro do sistema penitenciário. É responsabilidade do poder público, através da Polícia Penal, assegurar todos os direitos dos internos, mas não conseguimos fazer isso sozinhos, precisamos do apoio de toda a sociedade, inclusive dos advogados e familiares", disse.
Em relação ao advogado que teria se relacionado com Monique, a Seap informou que oficiou a Ordem dos Advogados do Brasil sobre a denúncia. Procurada, a OAB disse não ter recebido nenhuma notificação.
Problemas com detentas da mesma cela
A secretaria investiga ainda a relação entre Monique e as detentas que dividem a cela com ela. No dia 9 de janeiro deste ano, quando foi interrogada pela juíza Elizabeth Louro Machado no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Monique alegou que havia sido ameaçada por uma mulher que estava na mesma cela que ela. A magistrada então, perguntou o nome da detenta que a ameçava e a trocou de cela.
Uma das mulheres que teriam afirmado sobre o "ato libidinoso" que Monique teve com uma de suas defesas, é Elaine Lessa, mulher do policial reformado Ronnie Lessa, suspeito de ter matado a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Na ocasião, Elaine foi presa por tráfico internacional de armas.
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