Dupla foi denunciada por homicídio quintuplamente qualificadoReprodução

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) denunciou os líderes do tráfico de drogas do Jacarezinho, Adriano de Souza de Freitas, conhecido como "Chico Bento", e Felipe Ferreira Manoel, o "Fred", por homicídio quintuplamente qualificado, pela morte do inspetor da Polícia Civil, André Leonardo de Mello Frias. O crime aconteceu em 6 de maio de 2021, durante uma operação na comunidade da Zona Norte, considerada a mais letal da corporação. Na ocasião, 28 pessoas morreram. A dupla também foi denunciada por outras 11 tentativas de homicídio contra agentes que participavam da ação.

A denúncia foi realizada na sexta-feira (1º) pela Força-Tarefa que atua nas investigações das mortes e outros delitos que ocorreram na operação. Segundo o documento, os criminosos atiraram diversas vezes contra a equipe de policiais civis que atuava no local para cumprir mandados judiciais, atingindo o inspetor na cabeça, que não resistiu. O policial civil Marcelo Fagundes Gonçalves também foi baleado pelos bandidos, que estavam escondidos em posição de combate fortificada. Ele foi socorrido e não morreu.

O texto destaca ainda que "Chico Bento" e "Fred" agiram para a prática dos crimes de homicídio contra André, Marcelo e outros dez policiais que participaram da operação, por comandarem as atividades da facção criminosa do Comando Vermelho no Jacarezinho. Eles souberam antecipadamente da ação e prepararam atiradores para reagirem à atuação dos agentes.

Segundo o MPRJ, os crimes foram praticados de forma que dificultaram a defesa das vítimas, uma vez que os atiradores estavam com mirada privilegiada para os policiais, com armamento de guerra e longo alcance, e com preparação prévio do terreno, colocando obstáculos para a entrada de veículos. Além disso, foram usadas de armas de fogo automáticas e de calibres de alta energia, armas de uso restrito ou proibido, e contra agentes de segurança pública no exercício de suas funções.

O documento também ressalta que os crimes de homicídio, consumado e tentados, foram cometidos para assegurar a execução e impunidade para crimes do tráfico de drogas e de associação para o tráfico, tendo ainda sido cometidos por motivação torpe, para manter domínio e livre exploração econômica e criminosa do território da comunidade do Jacarezinho.
No último dia 15 de outubro, a Força-Tarefa denunciou dois policiais civis, um por homicídio doloso e fraude processual, na forma prevista pela Lei de Abuso de Autoridade, e o outro por fraude processual, pela morte de Omar Pereira da Silva, durante a ação.