Julgamento sobre a morte do Pastor Anderson do Carmo, no tribunal do Júri, em Niterói, nesta terça-feira (12). Na foto, da esquerda para direita, o ex-PM Marcos Siqueira Costa, sua esposa, Andrea Santos Maia, filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues e o filho afetivo de Flordelis, Carlos Ubiraci Francisco da Silva. Fabio Costa/ Agência O Dia
Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar foi condenado por homicídio triplamente qualificado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi acusado de ter sido o responsável por comprado a arma usada no assassinato do marido da ex-deputada federal.
"Lucas era envolvido com tráfico de drogas e relata que era da facção Comando Vermelho. Nunca um traficante ficaria no Presídio Bandeira Stampa no sistema penitenciário do Rio de Janeiro. E Lucas estava, junto com Flávio. Houve algum tipo de influência para que Lucas ficasse no mesmo presídio que o Flávio", afirmou durante tribunal do júri nesta terça-feira (12).
Foi neste presídio que o ex-policial militar Marcos Siqueira Costa e sua esposa Andrea Santos Maia teriam colaborado para que Lucas redigisse uma carta de próprio punho assumindo a autoria da execução e apontando o irmão afetivo Mizael como mandante do homicídio.
"Lucas revelou envolvimento de Flávio porque percebeu que ficaria tudo sobre ele", disse Bárbara Lomba ao ser interrogada pelo Ministério Público.
Na carta, Lucas dizia que Flordelis não teria sido a mandante do crime, mas sim Mizael. "Com a notícia dessa carta, uma cópia apareceu na delegacia e ficamos sabendo que Lucas estava no Presídio Bandeira Stampa, em que ficam presos milicianos, egressos da PM. Isso foi desfeito imediatamente quando tomamos conhecimento", afirmou.
As investigações identificaram uma transferência de Flordelis para o filho de Andrea no valor de R$ 2 mil. O filho biológico de Adriano, que está no banco dos réus nesta terça-feira, é apontado no inquérito como responsável por fazer o transporte desta carta, classificada como mentirosa pela delegada.
"O Lucas diz que a carta foi escrita pela Flordelis. Flavio entrega para ele copiar. Quem levou essa ideia foi a Andrea, há o envolvimento do Adriano, que recebe a carta da Andrea e entrega para Flordelis. No telefone dele foi visto uma cópia dessa carta", prosseguiu.
Durante um mandado de busca e apreensão na casa de sogro Luciano, chefe de gabinete de Flordelis, Adriano tentou esconder o aparelho em uma caixa de pizza na casa em Camboinhas, Niterói. "Adriano sempre reagia agressivamente aos cumprimentos de mandados. Ele estava envolvido na fabricação desta carta. O celular dele não era alvo de mandado, mas segundo Lomba, um policial observou uma imagem da carta no aparelho.
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