O julgamento de dois filhos da ex-deputada federal Flordelis, de um PM e sua esposa suspeitos de participação no assassinato do pastor Anderson do Carmo ocorre nesta terça-feira, no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do RioMarcos Porto/Agência O Dia
Plano de morte: 'Ele dizia que era para deixar quieto', conta filho de Flordelis
Wagner Andrade Pimenta, o Misael, um dos filhos adotivos de Flordelis, disse que o pastor não denunciou à polícia a descoberta de planos para matá-lo
Rio - Durante seu depoimento nesta terça-feira (12), no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Wagner Andrade Pimenta, o Misael, um dos filhos adotivos de Flordelis, disse que o pastor Anderson do Carmo não denunciou à polícia a descoberta de planos para matá-lo por receio de expor a família. O pastor foi morto em junho de 2019.
"Perguntamos para ele (Anderson do Carmo) se ele iria para a delegacia, mas ele dizia que era para deixar quieto", disse Mizael que pediu para depor sem a presença dos dois irmãos, Flávio dos Santos e Lucas Cezar dos Santos de Souza.
O depoimento de Misael foi o terceiro do primeiro dia e durou cerca de 50 minutos. Ele disse que ficou sabendo que o pastor foi baleado ao receber uma ligação de madrugada. Misael teria ido ao hospital e reparado que a pastora estava "toda arrumada".
"(...) Quando ela veio falar comigo, eu senti na hora que era teatro. Ela ficou chorando e entrou para o hospital", contou Misael.
Segundo Misael, nos últimos meses antes da morte de Anderson, Flordelis fazia questão de quase sempre falar mal do pastor: "Ela criticava a forma da condução dele da sua carreira, dizia que ele pegava o dinheiro dela e tudo mais. Ela ficava alimentando a raiva", disse.
Em seu depoimento, Alexander Felipe Matos Mendes, o Luan, um dos filhos de Flordelis, disse que a ex-deputada contou para ele que tentava matar Anderson do Carmo.
"Ela falou comigo bem antes, na cozinha da igreja: 'tô matando ele mesmo. Tô colocando veneno na cozinha, só que ele não morre'. Ela falava de uma forma sarcástica, porque as pessoas conheciam ela", detalhou Luan.
Ao descrever o momento que viu o corpo do pastor, Luan chorou e contou quando Flordelis o sugeriu que fosse embora do Brasil.
"Eu vou sempre para os Estados Unidos para o tratamento do meu filho, desde 2007, e você nunca pagou minha passagem e agora quer que eu vá assim. Ela (Flordelis) falou que eu precisava sair do país", lembrou Luan.
Estão sendo julgados nesta terça-feira, Adriano dos Santos Rodrigues (filho biológico de Flordelis), Carlos Ubiraci Francisco da Silva (filho afetivo), Marcos Siqueira Costa (ex-policial militar) e Andrea Santos Maia (mulher de Marcos Siqueira). Já foram ouvidos nesta terça-feira, os delegados que investigaram o caso e Luana, mulher de Misael.
O julgamento de André Luiz de Oliveira, filho de Flordelis, que estava previsto para esta terça, foi adiado porque o seu advogado passou mal. O julgamento é presidido pela juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Flordelis foi presa em agosto de 2021, 48 horas após ter tido o mandato cassado. Ela, porém, nega participação no crime.
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