Defensora pública aposentada é investigada após chamar entregadores de 'macacos'Foto: Reprodução / Redes Sociais
Defensora pública aposentada investigada por injúria racial atirou pedras e latas na van de entregadores
Eduardo Peçanha contou que, além de xingá-los, a mulher questionou se eles sabiam 'quem ela era' e o que ela 'poderia fazer'
Rio - A defensora pública aposentada que agrediu verbalmente os entregadores em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, chegou a atirar pedras e latas de refrigerante contra o carro carro deles. Ao O Dia, Eduardo Peçanha, de 31 anos, contou que, além de xingá-los, a mulher questionou se eles sabiam "quem ela era" e o que ela "poderia fazer".
No sábado, 30, Eduardo e o colega de trabalho, Jonathas Souza, foram até o condomínio de luxo em Itaipu, na Região Oceânica de Niterói, para entregar algumas encomendas. A mulher começou a agredi-los verbalmente após ele ter estacionado o carro em frente à casa dela.
"Ela já saiu de casa xingando, dizendo 'tira essa merda da frente do meu portão', 'tira esse lixo da frente do meu portão'. Quando eu voltei [da entrega], já estava com os dedos no rosto do Jonathas. Ela estava diminuindo e ofendendo ele. Ela dizia coisas como 'você sabe quem sou eu?', 'sabe o que eu sou capaz de fazer com a sua vida?'", recordou.
Em seguida, a aposentada, que não teve a identidade divulgada, começou a atirar objetos contra a van deles. "Eu tirei o carro [da frente da casa dela] e desci para ver se tinha quebrado alguma coisa para eu não ser responsabilizado. Mas, logo depois, ela me perguntou se eu estava vendo se o meu carro estava quebrado e ela disse que 'iria quebrar de verdade'. Foi quando ela jogou uma outra lata de refrigerante no nosso veículo de trabalho", afirmou o entregador.
Neste momento, Jonathas teve a ideia de gravar as agressões que os dois estavam sofrendo. No vídeo gravado por Eduardo, é possível ouvir a mulher os chamando de "macacos"."Se ela quebrasse alguma coisa, nós seríamos responsabilizados. Puxei o telefone do bolso e comecei a filmar. Era para filmar o que ela estava fazendo e o nosso veículo. Em momento algum eu achei que ela fosse falar aquilo pra gente", confessou Eduardo, que completou: "Espero que a Justiça seja feita e que as leis contra o racismo sejam mais severas".
O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu). Até momento, as imagens de câmeras de segurança foram solicitadas e a autora será intimada para prestar esclarecimentos. Em nota, a Defensoria Pública afirmou que repudia discriminações. "A Defensoria Pública do Rio informa que a senhora cuja imagem aparece no vídeo não atua mais como defensora pública, pois está aposentada desde novembro de 2016", esclareceu.
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