Glaidson Acácio dos Santos está preso desde o dia 25 de agosto Reprodução de vídeo

Rio - Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o "Faraó dos Bitcoins", disse em sua audiência de custódia, realizada em agosto do ano passado, que caso estivesse no exterior, estamparia a capa das renomadas revistas Forbes ou Time por ser "um empresário bem-sucedido". O ex-garçom, que está preso preventivamente há oito meses no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, também disse que sofreu racismo por parte dos policiais. Essas declarações só vieram à tona nesta sexta-feira.
"Eu sou um empresário bem-sucedido, uma pena eu ser brasileiro. Se eu tivesse nos Estados Unidos, eu estava na capa da Forbes ou da Time. Mas eu estou no nosso país que, infelizmente, tem um racismo muito grande", disse.
Ainda na audiência, Glaidson, que é acusado de comandar o esquema de pirâmide financeira que lesou milhares de investidores e até tentativa de homicídio, também disse que os policiais federais que o prenderam cometeram injúria e agressão contra ele.
"Não estou aqui me vitimizando porque não gosto disso. Eu, particularmente, detesto essa situação de me fazer de vítima. Mas, eu sofri esse preconceito, eu sofri na pele, de ele ter falado 'perdeu, filho da p***'. (…) Se nós tivéssemos olho azul e fôssemos de pele branca e loiros, tenho certeza que ele não ia falar ‘perdeu, filho da p***’".
O Ministério Público Federal (MPF) investigou essas acusações de injúria e agressão e não viu crime ao analisar o laudo do corpo de delito – realizado no dia da prisão – ou na análise de imagens da prisão. Por conta disso, o MPF abriu um processo contra Glaidson pelo crime de denunciação caluniosa.
Em 2 de abril, o ex-garçom se filiou ao partido partido Democracia Cristã (DC) no último dia da janela partidária e avalia seriamente a concorrer ao cargo de deputado federal pelo Rio de Janeiro. Da cadeia, o 'Faraó dos Bitcoins' criou o canal 'Fale com o Glaidson' e, por meio das redes sociais, tem monetizado e pagado, com criptomoedas, os funcionário da empresa. Em diferentes plataformas, ele responde a perguntas e tira dúvidas de internautas e clientes. 
Filiado ao DC, sigla de José Maria Eymael, pré-candidato à presidência da República pela sexta vez, Glaidson pretende investir na política. Como está preso preventivamente e, portanto, ainda não foi julgado e condenado em instância alguma pela Justiça, a possível candidatura não poderia ser barrada pela Lei da Ficha Limpa.
Suspeito de chefiar um esquema ilegal de operações em criptomoedas, ele foi preso durante a execução da 'Operação Kryptos' e responde acusações de lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro nacional.