Irmão de sargento tentava retirar peças de ferro-velho quando foi presoReginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Policiais Militares da 18ª DP (Praça da Bandeira) interditaram o ferro-velho de Lourival Ferreira de Lima, um dos presos pela morte do perito civil Renato Couto, nesta segunda-feira (16), na na Praça da Bandeira, Zona Norte do Rio.

Lourival foi preso junto com seu filho, o sargento da Marinha Bruno Santos de Lima, e mais dois militares, identificados como o cabo Daris Fidelis Motta e o terceiro-sargento Manoel Vitor Silva Soares. Nesta terça-feira (17), ocorre a audiência de custódia dos presos, no mesmo dia em que o papiloscopista Renato Couto será enterrado.

Um dos irmão de Bruno estava no ferro-velho interditado retirando algumas peças quando foi detido pela polícia e levado até a delegacia, onde foi ouvido e liberado. Ele estava no local momentos antes do crime.

Nesta segunda, uma perícia realizada no local indicou que Renato, após ser baleado, foi jogado ainda vivo no rio Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense, e acabou morrendo por afogamento.

O ocorrido

Três militares da Marinha foram presos, além do pai de um deles, na noite de sábado (14) acusados do homicídio do papiloscopista da Polícia Civil, Renato Couto de Mendonça, que estava desaparecido desde sexta-feira (13), após ir a um ferro-velho, na Praça da Bandeira.

Uma testemunha contou à polícia que caminhava pela rua quando ouviu gritos: "Deita no chão, deita no chão". Os gritos vinham de quatro homens, próximo a uma van cinza. A Marinha do Brasil abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da ocorrência e os acusados foram indiciados por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

De acordo com um familiar do policial morto, o papiloscopista foi até o local após saber que objetos de metal dele, que fazia uma obra na Mangueira, tinham sido furtados por usuários de crack e vendidos para esse ferro-velho.

A irmã do perito pediu justiça após ter reconhecido o corpo do papiloscopista ainda às margens do Rio Guandu, nesta segunda-feira. No IML, a fisioterapeuta Débora Couto de Mendonça, de 38 anos, disse que Lourival, um dos quatro presos pelo crime, receptou materiais furtados de uma obra do irmão. A van era um veículo da própria Marinha do Brasil.

"A gente já sabia dos furtos porque era uma coisa frequente. Tem 18 boletins de ocorrência. Ele era um policial civil, poderia ter ido de primeira, discutido e ter usado a força dele como policial, mas ele não fez isso. No dia da sua morte, ele estava com as notas fiscais das janelas que estavam no ferro-velho do seu Lourival no bolso, porque o seu Lourival mandou ele voltar e que se ele apresentasse as notas, ele iria devolver as janelas ao meu irmão", disse.