Corregedor da Alerj, deputado estadual Noel de CarvalhoDivulgação/Alerj

Rio - O corregedor da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), deputado Noel de Carvalho (Solidariedade), analisa os vídeos em que o deputado estadual Rodrigo Amorim (PTB) faz ofensas transfóbicas à vereadora Benny Briolly (PSOL). O caso aconteceu durante uma sessão na Alerj, nesta terça-feira (17), e repercutiu por conta da agressividade nas palavras do político bolsonarista durante o seu discurso.
Responsável por promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina na casa, Noel de Carvalho disse "repudiar veementemente qualquer tipo de discriminação, assim como lamenta os excessos que ocorreram nas falas dos deputados no plenário da Alerj, que é a casa das pessoas". Para Noel, o trabalho dos parlamentares é defender os interesses do povo do estado do Rio de Janeiro.
Na ocasião, Amorim se referiu à vereadora como "belzebú", "aberração da natureza", além de se dirigir a ela no masculino: "Ela faz referência a um vereador homem pois nasceu com pênis e testículos, portanto é homem". Procurado, o deputado afirmou não ter cometido transfobia, mas que "apenas criticou as aberrações que o politicamente correto e a esquerda fazem com a língua portuguesa". O parlamentar concluiu dizendo: "Vivemos em um país livre, e se os grupos identitários precisam da censura e da opressão para defenderem suas causas, é mais um sinal de que elas estão equivocadas".
Rodrigo Amorim já havia repercutido na mídia ao quebrar uma placa que homenageava a vereadora Marielle Franco durante uma manifestação a favor do então candidato à presidência Jair Bolsonaro.
Na manhã de sexta-feira (20), Benny vai à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) registrar ocorrência referente aos ataques e ameaças do deputado Rodrigo Amorim. Segundo a assessoria da vereadora, nenhuma instituição pública a procurou para prestar apoio após o ocorrido.
Veja o vídeo do momento das ofensas:
Benny foi a primeira travesti eleita no estado do Rio e é considerada a mulher mais votada de Niterói. Devido a posição de destaque e firmeza para tratar assuntos com recorte de raça, gênero e classe, além de pauta de mulheres, LGBTQI+, antirracista, de negros e negras, ela se tornou alvo de criminosos nas redes sociais e também de políticos. Atualmente ela acumula mais de 20 ameaças de morte e já foi vítima de ataques racistas, transfóbicos e religioso na Câmara Municipal de Niterói.