Rio - O Conselho de Ética da Câmara Municipal ouviu, nesta quarta-feira (25), dois ex-assessores do vereador Gabriel Monteiro. Vinícius Hayden Witeze e Heitor Nazaré Neto são testemunhas de acusação do processo contra o parlamentar por quebra de decoro, estupro, assédio sexual e por forjar vídeos para a internet. Eles contaram estar recebendo ameaças de morte.
Vinícius foi o segundo a depor nesta tarde. Ele, inclusive, usava colete à prova de balas e estava cercado por seguranças. Por mais de três horas, ele falou aos membros do Conselho de Ética sobre as atividades do parlamentar.
"Eles relataram que as ameaças de morte e de agressões físicas partiram de seguidores do Gabriel pelas mídias sociais", disse o vereador Luiz Ramos Filho, que acompanhou os depoimentos nesta tarde.
Membro do conselho e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a vereadora Teresa Bergher vai oficiar à presidência da casa para solicitar à secretaria de segurança que garanta a integridade física dos dois depoentes.
"Estes dois rapazes relataram estar recebendo ameaças. Apesar disto, foram extremamente corajosos nos seus depoimentos. A casa deve assegurar que não corram riscos. Vou conversar com o presidente Carlo Caiado, para que seja solicitada a segurança à chefia de Polícia Civil, porque entendo que o estado tem obrigação de garantir a segurança deles", afirmou Teresa.
O presidente do Conselho, Alexandre Esquierdo, disse que os dois ex-assessores afirmaram que Gabriel vinha demandando que eles investigassem a vida de outros políticos, como a vereadora Laura Carneiro e outros vereadores.
"Segundo o que nos relataram, o objetivo era produzir vídeos que viralizassem e provocassem grande constrangimento entre os vereadores”, disse Isquierdo.
Nesta quarta-feira (24), os advogados de Gabriel estiveram na Câmara e pediram para apresentar oito em vez de cinco testemunhas de defesa, como era previsto. Eles perderam o prazo para a apresentação das testemunhas. O Conselho deu mais dois dias, mas o novo prazo expirou na última sexta-feira (20). Ainda segundo Isquierdo, o Conselho decidiu, por unanimidade, autorizar a apresentação das oito testemunhas, para que não reste qualquer dúvida sobre o amplo direito de defesa ao acusado.
O vereador Gabriel Monteiro, que desde o início do mandato poucas vezes esteve presencialmente na Câmara, foi o primeiro a chegar. Ele não pôde acompanhar os depoimentos, pois o Conselho decidiu que as oitivas serão fechadas, justamente para não criar constrangimentos e preservar as testemunhas. Mesmo assim, Monteiro rondou a sala da presidência durante os depoimentos.
No dia 31, mais duas testemunhas de acusação vão prestar depoimentos. Já no dia 1 de junho, acontece a oitiva de uma testemunha de defesa e outra de acusação. Nos próximos dias 2 e 7, outras seis testemunhas indicadas pela defesa prestarão depoimentos, sendo três em cada dia. A fase de colheita de provas testemunhais será finalizada no dia 9 do mesmo mês, quando será ouvida a última testemunha arrolada por Gabriel Monteiro.
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