Ato por Justiça pela morte de Genivaldo de Jesus, no Monumento Zumbi dos Palmares, Centro do Rio, na manhã deste sábado (28)Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Manifestantes fazem um ato de protesto e repúdio, desde às 10h deste sábado, contra a morte de Genivaldo dos Santos, de 38 anos, no Monumento Zumbi dos Palmares, Centro do Rio. O crime aconteceu no interior de Sergipe e chocou o Brasil e o mundo nesta semana. O homem foi asfixiado em uma câmara de gás improvisada por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na quarta-feira 925), na cidade de Umbaúba.
O movimento deste sábado foi organizado pelo grupo Coalizão Negra Por Direitos, que apresentou na sexta-feira (27), uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF) e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) o assassinato de Genivaldo. Movimentos sociais, políticos e artistas compareceram ao protesto.
A deputada estadual do PSOL-RJ, Mônica Francisco, que participou do ato no Centro do Rio, falou sobre a indignação da comunidade negra diante desta morte. "É mais uma indignação da população negra, a maioria de mulheres e jovens pretos e pardos que ocupam espaços populares, mas a indignação é nacional com o que aconteceu com Genivaldo, assassinado pelo estado de Sergipe, dentro de uma câmera de gás que se tornou aquela viatura da PRF. Foi um ato nazista, uma alusão às câmeras de gás da Alemanha usadas na Segunda Guerra Mundial. Foi um ato de supremacia branca, utilizando o estado e as forças de segurança para executar um homem negro, indefeso, amarrado nos pés e mãos, com problemas neurológicos e sem capacete". disse.
Mônica também mostrou sua indignação ao falar sobre um episódio em que o presidente Jair Bolsonaro e um deputado faziam uso errado de um capacete. "Ontem [sexta-feira (27)] o presidente fez um passeio com um deputado com um capacete que foge das normas nacionais de trânsito. Esse é um ato de indignação, revolta e ódio de ódio coletivo da população negra", desabafou a deputada.
Coalização Negra Por Direitos também denuncia operações policiais
O documento da denúncia apresentado ao MPF cita também a operação do Jacarezinho, em 2021, e a ação policial mais recente na Vila Cruzeiro. "Mais de 50 vidas negras ceifadas pela política de morte do Estado brasileiro", diz o movimento.
No texto, há o pedido do Movimento Negro Brasileiro, representado pelas 250 organizações da Coalizão Negra Por Direitos, por um posicionamento da CIDH. "Aponta-se que é necessária atenção dos órgãos sobre as violações praticadas pelas instituições de segurança pública (a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Polícia
Rodoviária Federal e a Polícia Federal), com especial foco às práticas de tortura e assassinato, geradas diretamente pelo racismo institucional."