Adriana Vieira, mãe do militar morto, e o pai dele, Sebastião André Silva de Mello, estavam muito emocionados durante o enterro do rapazReginaldo Pimenta/Agência O Dia
'Quantas mães ainda vão chorar? ', diz amigo de militar da Aeronáutica morto na Baixada
Com pedidos de justiça, familiares e amigos de Luiz Elias participaram de enterro do jovem, neste sábado (28)
Rio - Sob forte clima de emoção, o corpo do soldado da Aeronáutica, Luiz Elias Vieira de Mello, de 21 anos, morto com um tiro no peito, durante uma tentativa de assalto em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi enterrado neste sábado (28). Ele estava de moto, aguardando a mãe que saía do trabalho, quando foi atacado por três criminosos. Familiares e amigos do jovem, alguns deles usando camisas com a foto de Luiz Elias, pediram por justiça. O enterro aconteceu com honras militares.
Muito abalado, Alan de França Fernandes, amigo de infância da vítima, disse que Luiz Elias era um rapaz que fazia planos de seguir a carreira, terminar de construir a casa dele e era muito prestativo.
"Ele sempre foi um moleque muito puro, bom. Cheio de sonhos. Um cara que sempre ajudou a família e os amigos. Vivia de uma forma muito tranquila que sempre prezou, entre todas as coisas, a família. E acreditava em Deus primeiramente. Hoje, venho aqui dizer que o sonho do meu irmão foi interrompido por causa de uma covardia. A gente está cansado de ver essa covardia acontecer com pessoas boas. Por causa do governo, da segurança pública. Lá (onde ocorreu o crime) sempre ficava uma viatura e naquele dia não estava. Por isso aconteceu essa barbaridade", lamentou Fernandes.
O amigo da vítima lembrou ainda que a mãe do jovem estava em cima da passarela e presenciou o crime. Adriana Vieira, mãe do militar, trabalha como assistente administrativa no Distrito Industrial de Queimados, também na Baixada, e saltava do ônibus próximo à passarela, onde ele sempre a esperava.
"Ela viu aquela cena toda, o filho dela sendo morto de uma forma covarde. Até quando o Brasil vai passar por isso? Quantas mães ainda vão chorar? Uma mãe não merece isso. Um filho que sempre foi trabalhador, puro. Um cara que conquistou o mundo. Ele era luz. Eu quero justiça e ela vai ser feita. Isso não vai ficar assim. Justiça não só por ele, mas por muitas outras pessoas. Cansamos disso”, disse o rapaz sendo aplaudido enquanto as pessoas que estavam no local pediam por justiça.
Durante o enterro no Cemitério de Nova Iguaçu, no Centro da cidade, a mãe do rapaz se culpou pela morte do filho e era amparada por familiares e amigos. O pai do rapaz, Sebastião André Silva de Mello, também estava muito emocionado. No momento da despedida final, no sepultamento, houve salva de tiros e aplausos. O caixão estava coberto por uma bandeira do Fluminense, seu clube do coração. Há cerca de um ano e meio, Luiz tinha se mudado para um condomínio com a mãe, o pai e as duas irmãs mais novas. A casa deles, segundo uma tia do jovem, era a poucos metros do local da tragédia.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.