Rio - O Governo do Estado informou, nesta terça-feira, que aplicou mais sete multas à SuperVia por falha na prestação de serviço, na última sexta-feira (27), e juntas somam R$ 6.283.760,00. Segundo o Procon-RJ, a concessionária está sendo multada por irregularidades encontradas nas estações Central do Brasil, São Cristóvão, Pavuna, Honório Gurgel, Rocha Miranda, Ricardo de Albuquerque, Anchieta, Olinda, Praça da Bandeira, Mangueira, Riachuelo e Engenho de Dentro. Superlotação e atrasos foram alguns dos problemas constatados que geraram as penalidades.
"Passamos da fase do diálogo e estamos exigindo que a empresa ofereça o serviço que o cidadão merece e precisa receber. A fiscalização é um dever do Estado, assim como é uma obrigação da SuperVia respeitar o usuário e garantir que ele tenha um sistema que funcione", avaliou o governador Cláudio Castro.
Durante as fiscalizações realizadas nestas 12 estações, os agentes constataram superlotação, atrasos, desnível e espaçamento inadequado entre os vagões e as plataformas, além da presença de homens no vagão destinado às mulheres e ausência de acessibilidade. Das multas, a que tem o maior valor é a que pune a SuperVia pelas infrações nas estações Ricardo de Albuquerque, Anchieta e Olinda, no valor de R$ 1.538.880,00.
"O cidadão fluminense merece um transporte digno, eficaz e de qualidade. As ações de fiscalização continuarão, enquanto os problemas denunciados pela população não forem sanados", garantiu o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho.
Vale mencionar que antes da intervenção feita pelo governo do estado no início de abril, o estado já havia interrompido as negociações sobre o aumento de passagens no transporte. Em janeiro, a Agetransp autorizou que a SuperVia elevasse a tarifa dos trens dos R$ 5 cobrados atualmente para R$ 7. O ajuste estava previsto para acontecer desde fevereiro, mas o governo embarreirou o reajuste e ele foi adiado.
Para a presidente da comissão, deputada Lucinha (PSD), o serviço de trens é um sistema falido. "É assustadora a quantidade de lixo e de ocupações irregulares. É um sistema falido. A SuperVia tem que fazer investimentos, não dá mais para aceitar essa situação. É o pior ramal, muita sujeira e favelização".
Os deputados ainda vão completar as oitivas e devem fazer uma visita na central de comando da SuperVia. Após a prorrogação da CPI por mais 60 dias, o relatório final deverá ser entregue em até 70 dias.
Castro já havia anunciado a suspensão das negociações com a SuperVia quanto ao reajuste das tarifas, até que a concessionária corrigisse todos os problemas no serviço. Segundo ele "enquanto a situação de crise continuar, não será repassado nenhum real".
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