Lucas Ramos, 9, recebeu vacina contra a gripe na Cidade das ArtesSandro Vox/Agência O Dia

Rio - A chuva e a baixa temperatura não foram empecilhos para os cariocas que pretendiam colocar a vacinação em dia neste sábado (4) . Desde às 8h e até Às 17h, a cidade do Rio promove o Dia D para imunizar a população contra a gripe, a covid-19 e o sarampo. Já nas primeiras horas da campanha, filas de interessados se formaram nas 450 unidades de saúde e postos extras. A expectativa é que 100 mil pessoas com alguma pendência na caderneta recebam as doses.



As vacinas disponíveis na campanha podem ser tomadas juntas. Há contraindicações apenas para quem esteja com sintomas gripais, que devem esperar um mês para receber os imunizantes. Até o momento, a vacinação contra a gripe contemplou apenas 37% dos grupos prioritários, entre idosos, crianças, gestantes e puérperas, além de trabalhadores da saúde e da educação.
Por conta da baixa adesão, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio decidiu disponibilizar o imunizante para toda a população a partir dos seis meses de idade. "Quando a gente imagina que ficamos dois meses vacinando um grupo prioritário para gripe e nós estamos com 37% de cobertura, em média, realmente é abaixo do que a gente esperava, então a gente está oportunizando agora para o resto da população poder se vacinar contra a gripe", disse o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado.

Assim como outros cariocas, o advogado Carlos Henrique Ramos, de 40 anos, e o filho, Lucas Ramos, 9, estiveram bem cedo no posto de vacinação montado na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, para se imunizarem contra a influenza. O pai ressaltou a importância da campanha para a proteção contra a doença.
"Eu acho que é uma questão de prevenção e a gente aproveitar a campanha. Na minha casa, a gente toma vacina todo ano e, às vezes, até paga no particular, mas, como teve essa oportunidade de vacinar gratuitamente, nós fomos. É uma sensação de dever cumprido. A gente tem que aproveitar a oportunidade de poder se vacinar, não deixar passar", declarou o advogado.

Desde o início de maio, a capital fluminense vem registrando aumento de casos da covid-19. A taxa de positividade do mês começou em 8% e terminou em 20%. O aumento de casos pode ser atribuído ao atraso na procura pela primeira dose de reforço, já que, segundo Prado, a eficácia das vacinas diminui com o passar do tempo. Atualmente, 1,9 milhão de pessoas que já estão aptas ainda não tomaram a terceira dose. Hoje, podem ser imunizados contra a doença pessoas com idades a partir dos 5 anos.

Outra preocupação do secretário é o atraso na segunda dose para os adolescentes, por falta de imunizantes. "Nosso problema com os adolescentes, são os que tomaram a primeira dose de Pfizer e não tomaram ainda a segunda dose, que tem que ser com Pfizer, porque não pode fazer intercambialidade de vacinas com os adolescentes. São 80 mil adolescentes que ainda não tomaram a segunda dose, porque neste momento, nós não temos Pfizer para ofertar. Estamos aguardando, já mandados ofício para o Ministério (da Saúde) e para o Estado, para ver se na próxima semana eles mandam Pfizer para a gente."
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que o Ministério da Saúde anunciou o envio de pouco mais de um milhão de doses do imunizante da Pfizer para completar os esquemas vacinais pendentes de segundas doses e doses de reforço na população de 12 anos ou mais. A SES disse ainda que aguarda o recebimento deste lote de vacinas, previsto pelo MS para a próxima semana, mas ainda sem data definida.
"O Ministério da Saúde envia doses aos estados com base nas recomendações de imunização previstas nas notas técnicas da SECOVID/MS e do PNO/MS e reitera que não há escassez dos demais imunizantes contra a Covid-19 em seus estoques. A liberação das vacinas aos 92 municípios do Rio está ocorrendo conforme a demanda das secretarias municipais de Saúde", completou a pasta.

A microempresária Maria Paula, de 60 anos, também esteve no posto da Cidade das Artes para garantir a proteção. Ela conta que estava com a segunda dose de reforço em atraso, por conta de uma viagem, mas que não queria esperar mais tempo para garantir a vacina. "Eu acho que a covid não acabou, ainda tem uma certa pandemia. Temos que tomar, sim, porque é perigoso. Eu acho muito importante tomar a vacina, tentar se proteger. Não dá para dar mole. As pessoas têm que se conscientizar e procurar um posto o mais rápido possível", declarou a microempresária.

A campanha também aplica a vacina Tríplice Viral contra o sarampo nas crianças de seis meses até quatro anos, independente de já terem se vacinado antes, já que o imunizante é aplicado como uma dose de reforço. Até 2016, a doença havia sido erradicada no município, mas entre os anos 2019 e 2021, o Rio voltou a registrar casos.
"A vacinação de sarampo, a gente está só com 30% da cobertura, então, você que é responsável, tem uma criança, verifique se ela já tomou a vacina de sarampo. Se não tomou esse ano, traga ela para se vacinar. As crianças de seis meses até quatro anos tem que tomar uma dose de reforço do sarampo esse ano”, alertou o titular da SMS.

Neste sábado, também houve grande procura por testes nas unidades de Atenção Primária. O Centro Municipal de Saúde Maria Augusta Estrella, em Vila Isabel, na Zona Norte, registrou filas de pacientes com sintomas gripais. Somente nesta semana, foram realizados 27.140 exames. Por conta do aumento na procura, a pasta vai abrir três polos de testagem nos Centros Municipais de Saúde Píndaro de Carvalho Rodrigues e Heitor Beltrão e na Clínica da Família Zilda Arns.