O secretário municipal de Saúde do Rio, Rodrigo Prado, confirmou o caso de varíola dos macacos registrado no RioReprodução da internet

Rio - A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ) confirmou, na manhã desta quarta-feira (15), o primeiro caso da varíola dos macacos (monkeypox) na cidade. Este é o primeiro caso no estado do Rio e o quinto no Brasil. O aumento dos casos vem assustando as pessoas. No entanto, especialistas ouvidos pelo DIA afirmam: não há motivo para pânico.
Segundo Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o importante é ter uma rede de vigilância adequada para detectar rapidamente os casos suspeitos, como vem sendo feito. Além disso, frisou que a forma de transmissão acontece pelo contato direto com a pessoa infectada: "Os casos registrados no Brasil, até agora, foram todos casos importados, casos de pessoas que vieram de viagem. O importante a ser feito é isolar a pessoa doente até que as lesões bolhosas estejam completamente secas. No mais, é ficar atento aos sintomas e comunicar qualquer caso suspeito. Não há motivo para pânico", afirmou Chebabo.
O médico infectologista e pesquisador da Universidade Estadual do Rio (Uerj), Mario Roberto Dal Poz, explicou que a transmissão área - que é, por exemplo, o caso da covid-19 -, não foi relatada até hoje entre os casos conhecidos de varíola dos macacos. "Precisa de proximidade, de contato com a pessoa infectada, seja pela pele, lesões ou fluidos corporais da pessoa doente". Segundo ele, o fato de o Rio de Janeiro ter confirmado um caso da doença, não muda em nada o cenário. "Pela forma conhecida de propagação da doença, até então, esse receio não se justifica. O importante é que os órgãos sanitários tenham controle e notifiquem todos os casos suspeitos. Além disso, claro, isolar a pessoa infectada é a melhor recomendação para se evitar o contágio".
A infectologista Tânia Vergara é da mesma opinião dos colegas de profissão. Segundo ela, não há uma expectativa de a varíola dos macacos se manifestar de forma grave nas pessoas: "Em geral, não é uma doença que evolua com gravidade, o que é muito bom. Além disso, a forma de transmissão se dá mais por proximidade, contato físico entre os indivíduos. Eu, sinceramente, estou mais preocupada é com a Covid-19, que vem aumentando o número de casos e parece que as pessoas esqueceram que ela ainda está aí".
Sobre o caso confirmado no Rio, o secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado, comentou: "A SMS-Rio recebeu a confirmação laboratorial do caso de MonkeyPox na cidade do Rio de Janeiro. Ele é residente de Londres, chegou aqui no dia 11 e já no dia 12 passou por uma consulta na qual foi verificado que está com sintomas leves e está em isolamento domiciliar desde então. Ele e seus cinco contactantes estão sendo acompanhados e monitorados pelas equipes de Vigilância em Saúde".
De acordo com o Ministério da Saúde, dos cinco casos confirmados no Brasil, três são em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e um no Rio de Janeiro. Oito casos seguem em investigação. O primeiro caso confirmado no país foi no dia 08 de junho.
Doença e sintomas
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo, íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Esse contato pode ser, por exemplo, um abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções e mucos da pessoa infectada.
Os sintomas iniciais da varíola do macaco costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão. Em geral, entre 1 a 3 dias após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.