O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) Foto: Reprodução da internet

Rio - A Justiça revogou a prisão preventiva do pedreiro Pedro Claudino da Silva, de 64 anos, preso no último dia 13, acusado de tentar matar a companheira com chumbinho no café. A decisão foi da juíza Juliana Grillo El-Jaick, titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. No despacho da segunda-feira seguinte, dia 20, em substituição à prisão, a magistrada fixou medidas cautelares que deverão ser cumpridas pelo acusado, tais como: não poder se ausentar do município de Maricá, onde mora, por mais de 30 dias; comparecer à Justiça bimestralmente para dar ciência sobre suas atividades e proibição de ter contato com a vítima ou testemunhas do caso, devendo manter distância mínima de 100 metros.
O suposto crime aconteceu em março de 2016. A então companheira de Pedro o acusou de ter tentado envenená-la colocando veneno de rato no café. De acordo com as investigações da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), o irmão de Pedro Claudino acabou intoxicado ao tomar a bebida e precisou ser internado. A mulher alega que achou o gosto do café estranho e cuspiu a bebida, indo em seguida registrar a ocorrência.
A denúncia virou processo criminal em 2019 e, segundo o advogado Luiz Gregório, que defende Pedro Claudino, ele havia mudado de endereço e não tomou ciência de que havia um processo contra ele. "A prisão preventiva do meu cliente foi pedida agora no início de junho porque ele não havia sido localizado por conta da mudança de endereço. Só quando ele foi preso é que soube que havia esse processo contra ele. Na mesma hora, constituiu advogado. E, justamente por ter endereço fixo e conhecido, a prisão dele não mais se justificava. Ele vai responder em liberdade e cumprir todas as medidas cautelares estipuladas pela Justiça", afirmou Luiz Gregório.
O advogado disse ainda que Pedro Claudino afirma ser inocente e desconfia de que a ex-companheira possa ter colocado o chumbinho no café: "Ora, por que ela não pode ter feito isso? O irmão do meu cliente, rotineiramente, frequentava a casa deles. Ele pode ter tomado o café envenenado por ela que, na verdade, seria para ser tomado por Pedro. Como não saiu como o planejado, ela pode ter se adiantado e ido ela mesma fazer a denúncia de que o companheiro é quem tinha feito tudo isso. Agora, ele responderá ao processo em liberdade e iremos juntos trabalhar na busca pela verdade real", relata o advogado.