Solange Mendes da Silva, morta na manhã de ontem no Complexo do AlemãoDivulgação

Ria - O corpo de Solange Mendes da Cruz, de 49 anos, morta com um tiro na cabeça no Complexo do Alemão, será enterrado às 15h15 deste sábado (23), na capela Real Pax, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. O velório está marcado para iniciar às 8h. Solange foi baleada na manhã de sexta-feira (22), durante ação da Polícia Militar para a retirada de barricadas na região.
A moradora era conhecida como "Solange das quentinhas" e costumava vender refeições em uma pensão na região. Ela vivia no Beco do Borges, no Largo da Vivi, no interior do Alemão. A mulher chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Familiares estiveram na noite de ontem (22) no Instituto Médico Legal (IML) do Rio para liberar o corpo, que já passou por perícia. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ouviu os parentes da mulher e diligências estão em andamento para encontrar o autor do disparo. Testemunhas contam que o tiro teria partido da PM, mas a corporação nega a informação e afirma que não houve confronto na localidade.
Outras duas vítimas da operação serão sepultadas neste sábado (23)
O corpo do cabo da PM Bruno de Paula Costa, de 38 anos, será enterrado às 11h30 no cemitério Jardim da Saúde, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Já o corpo de Letícia Marinho Sales, de 50 anos, vai ser enterrado às 11h30, no Cemitério Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, Zona Norte.
Protesto pela morte da moradora e contra as operações da PM na comunidade
Segurando um microfone, um dos moradores que participa da ação pediu mais respeito. "O Complexo do Alemão é uma comunidade de paz. Todo mundo aqui é de bem, todo mundo aqui quer respeito, todos aqui querem educação. Estamos aqui para lutar por paz", disse. Ao todo, 18 pessoas morreram nos últimos dois dias na comunidade, sendo 15 suspeitos e três inocentes, segundo a Polícia Civil.
As pessoas acenderam velas e levaram cartazes com dizeres: "Pobreza não é crime"; "Morador não é bandido"; "Menos tiros, mais escolas".