Protesto contra a demolição de antigo restaurante no bairro do Humaitá Sandro Vox / Agência O Dia

Rio- O Prefeito Eduardo Paes suspendeu a Licença de Obras concedida à empresa SOTER Engenharia para demolição do Casarão de 1915, na Rua Visconde da Silva, em Botafogo, Zona Sul. A medida foi publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (4). Na última terça (2), moradores foram para a frente da construção protestar contra a demolição e pedir mais transparência nas obras.
Segundo o Diário Oficial, a obra está suspensa por 72 horas e a prefeitura pede que o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) apresente em até 48h as informações e a avaliação sobre o valor imaterial do bem. 
De acordo com o Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), o Casarão não é tombado ou preservado. Além disso, a construção não integraria a as Áreas de Proteção ao Ambiente Cultural (Apac) de Botafogo, estabelecida em 2002. 
O casarão de 1915
O Casarão, que fica na divisa entre os bairros de Botafogo e Humaitá, ambos na Zona Sul, abriga o restaurante da franquia À Mineira e, por décadas, foi a casa do restaurante da Maria Thereza Weiss, uma grande crítica de culinária. Moradores viram na demolição um fim ao afeto, às memórias e ao sentimento de pertencimento.
"Ali é uma parte da história do bairro", explicou o presidente da Associação de Moradores de Humaitá Luiz Carlos Santos, que relembrou: "naquele prédio de 1915, iniciou Maria Thereza com os docinhos que fornecia ao bairro. É de uma preciosidade muito grande para os moradores".
A presidente da Associação de Moradores de Botafogo, Regina Chiaradia, comentou sobre a ligação entre o imóvel não ser tombado e a sua demolição. "Não é porque o bem não tem valor arquitetônico, que ele deixa de ter valor sentimental para o morador", pontuou.