A Laço de Ouro foi fechada no domingo (7) acusada de maus-tratos contra os idososDivulgação/ Polícia Civil

Rio- O Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) afirma que denunciou à Justiça por maus-tratos Vanessa da Silva, empresária e administradora da casa de repouso para idosos Laço de Ouro, em Guaratiba, na Zona Oeste, em abril deste ano. A denúnica é referente a um idoso que, em 2015, veio a óbito após ser internado no local. Ou seja, Vanessa é ré desde abril de 2022 e pode pegar de quatro a 12 anos de prisão, com base no capítulo 136 do Código Penal. 
No último domingo (7), o local foi fechado, acusado pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos, e Vanessa e mais um homem foram presos pela Polícia Civil da 35ª DP (Campo Grande).
Segundo a nota do MP, a denúncia relata que o idoso Jorge Luis dos Santos Azeredo foi exposto durante os meses de janeiro e maio de 2015 à perigo de vida e de saúde por Vanessa. Jorge foi internado pela filha na Laço de Ouro após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A denúncia diz ainda que a clínica privou o idoso do tratamento necessário à sua recuperação, tendo sido deixado sem alimentação e hidratação adequados.
O relato segue dizendo que, devido à falta de cuidado, o idoso desenvolveu escaras ou úlceras causados pela falta de movimentação, já que o idoso não se movimentava e nem tinha, como já exposto, higiene e alimentação adequados.
A filha de Jorge teria encontrado o pai nessas condições no dia 5 de abril de 2015, com o corpo coberto de escaras, sem roupas e sujo de fezes. Ele chegou a ser levado para o Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, com um quadro de desnutrição, desidratação e pneumonia. Devido a um quadro de infecção generalizada, o idoso não resistiu e acabou falecendo.
Questionado se, mediante o caso da morte do idoso, alguma denúncia ou medida foi tomada contra o local, o MP não respondeu. 
O caso
A ação ocorreu após agentes da Delegacia de Polícia de Campo Grande receberem denúncias de técnicas de enfermagem e estagiárias. No local havia 29 idosos internados. Segundo testemunhas, as vítimas estavam em condições precárias e insalubres, sem atendimento médico, material hospitalar e de higiene, recebiam uma alimentação precária e sofriam agressões. Ao chegarem no local, a Polícia Civil constatou os fatos.
Antes da operação policial deste domingo, ex-funcionários e familiares dos pacientes relatavam os maus-tratos através da internet. “Nota zero. Pacientes sem a medicação prescrita pelo médico, não há quantidade de fraldas suficientes para as trocas noturnas e diurnas e pacientes acabam ficando urinados por muito tempo. Pacientes com restrições alimentares não fazem sua dieta corretamente. Infelizmente, esta instituição só visa o lado financeiro, ou seja, os pacientes são negligenciados”, disse um comentário.
Na segunda (8), a Secretaria ecretaria Municipal de Saúde localizou 20 famílias dos idosos. Dos 29 idosos internados, três precisaram de cuidados médicos. De acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social, seis pacientes foram encaminhados para abrigos da secretaria porque não foi possível localizar os parentes. Com isso, um idoso foi para a Unidade de Reinserção Social Haroldo Costa (URS), na Taquara, Zona Oeste do Rio, três estão na Central de Recepção de Idosos Carlos Portela, na Ilha do Governador, e dois estão em albergues no Centro da Cidade.