Polícia Federal e Ministério Público Federal apreenderam 10 casos de luxo, avaliados em R$ 6 milhõesReprodução

Rio - A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (11), em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Federal (Gaeco/MPF), a Operação Flyer One. A ação tem como objetivo desarticular organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, no Brasil e no exterior. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão e quatro de busca e apreensão no Rio e em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o "Faraó dos bitcoins", que está preso, foi novamente alvo da força-tarefa.
A ação desta quinta-feira constitui a quarta fase da Operação Kryptos. Nesta etapa, foram apreendidos 10 veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 6 milhões. Houve ainda a inclusão dos alvos, que estão nos EUA, na difusão vermelha da Interpol.
De acordo com a investigação, a organização criminosa estendeu sua atuação ilícita para o exterior, promovendo a atividade de captação de recursos financeiros de terceiros nos Estados Unidos, Portugal e outros países.
Nos EUA, a atuação foi estruturada por um homem que saiu do Brasil portando passaporte falso, em razão de condenação prévia por tráfico internacional de drogas, ocasião na qual fora preso por ser um dos pilotos responsáveis pelo transporte de drogas do cartel comandado por pelo colombiano Pablo Escobar.
A atividade se desenvolveu por meio da utilização de documentos falsos, notadamente mediante a criação de "invoices" (declaração de bens) sem lastro, a fim de que fosse justificada a profusão de depósitos nas contas da empresa criada em solo americano. A saída dos valores se dava por meio do depósito, em favor do líder da organização criminosa, de criptoativos lastreados no dólar americano, também chamados de stablecoins.

Além disso, ele foi o responsável por viabilizar a documentação necessária à estada dos líderes da organização criminosa no país americano, bem como por satisfazer uma série de seus desejos pessoais como a aquisição de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas, por meio da utilização de sua filha como interposta pessoa.

Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão.
O nome da operação, Flyer One, é em referência ao primeiro avião dos americanos irmãos Wright.
Faraó dos bitcoins
Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como ‘Faraó dos Bitcoins’ - Internet
Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como ‘Faraó dos Bitcoins’Internet
Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, é acusado de liderar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas pela empresa GAS Consultoria, localizada em Cabo Frio. A companhia acumulava, no fim do ano passado, mais de 570 processos na Justiça.
Ele foi preso há pouco menos de um ano, em uma mansão em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. À época, policiais apreenderam na casa R$ 15,3 milhões em espécie, entre notas de real, dólar e euro, além de barras de ouro.