Justiça nega segundo habeas corpus para cônsul alemão suspeito de matar companheiro
Desembargadora Rosa Helena Penna Macedo disse não ter encontrado ilegalidade na prisão de Uwe Herbert Hahn. Ele responde pelo crime de homicídio doloso
Diplomata alemão Uwe Herbert Hahn é suspeito de matar o marido, o belga Walter Henri Maxilien Biot - Reprodução
Diplomata alemão Uwe Herbert Hahn é suspeito de matar o marido, o belga Walter Henri Maxilien BiotReprodução
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) negou o segundo pedido de Habeas Corpus solicitado pela defesa do diplomata alemão Uwe Herbert Hahn. O cônsul foi preso em flagrante no sábado (6), suspeito de matar o marido, o belga Walter Henri Maxilien Biot, de 52 anos, em um apartamento em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Ele responde pelo crime de homicídio doloso contra o companheiro.
Na decisão, assinada na terça-feira (9) pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo, foi levado em consideração o decreto de prisão preventiva, no último domingo (7). "Verifica-se que a motivação nele contida é concreta e objetiva, apresentando-se, em princípio, idônea, já que demonstrada a presença do periculum libertatis. Por tais razões, não vislumbrando qualquer ilegalidade flagrante, indefiro a liminar pleiteada.", escreveu a desembargadora.
A defesa do cônsul alegou que a prisão teria sido ilegal, pela ausência de flagrante para a sua custódia, bem como considerando a imunidade diplomática.
No primeiro pedido de soltura, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do plantão judiciário do Tribunal de Justiça, se manifestou pela manutenção da prisão por entender que não caberia ao plantão judicial decidir sobre a soltura do investigado e que isso deveria ser feito em audiência de custódia, realizada na parte da tarde, quando a prisão em flagrante foi convertida em preventiva.
Relembre o caso
A polícia foi acionada na noite de sexta-feira, dia 5, para o apartamento do cônsul, uma cobertura em Ipanema. O médico do Samu, identificado como Pedro Henrique, foi acionado por volta das 20h e se recusou a atestar o óbito por mal súbito. A polícia acredita que o cônsul tenha demorado a chamar o socorro e confessou que pediu para que uma limpeza fosse feita no apartamento, o que dificultou a perícia. No entanto, luminol foi usado no imóvel e marcas de sangue foram encontradas em móveis.
O cônsul alemão teria afirmando, durante seu depoimento realizado na 14ªDP (Leblon), ao qual o DIA teve acesso, de que ele teria enviado uma foto do seu marido caído no chão do seu apartamento a um amigo residente em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Enquanto estava caída, a vítima emitia gemidos de dor, mas Hahnn disse achar que se tratava de embriaguez, o que seria de costume.
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