Familiares dos desaparecidos estiveram no IML de Nova Iguaçu em busca de respostasMarcos Porto/Agência O DIA

Rio- Restos mortais foram encontrados no Rio Capenga, na Baixada, nesta quinta-feira (25) onde dois dos jovens desaparecidos em Nova Iguaçu foram encontrados. As famílias que seguem acompanhando as buscas por Douglas de Paula Pampolha dos Santos, 22, e Jhonatan Alef Gomes Francisco, 29, estiveram no Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu nesta sexta-feira (26) à procura de respostas.

A Polícia Civil enviou uma nota informando que os despojos que foram encontrados estão sendo analisados para saber se são humanos. “Em caso positivo, será feito confronto de DNA com as famílias das vítimas. As buscas continuam nesta sexta-feira (26)”, disse.

O irmão de Jhonatan, Adilson Batista, que esteve no IML informou que os policiais informaram que os restos de organismos encontrados podem ser também de Matheus Costa da Silva, de 21 anos ou Adriel Andrade Bastos, de 24 anos, encontrados no Rio Capenga nos dias 22 e 23, respectivamente.
“Eles falaram podem ser dos garotos que já foram encontrados porque os corpos deles foram encontrados abertos e que vão mandar para perícia para fazer exame de DNA, mas que pode ficar pronto em até sete meses”, disse.
Adilson disse ainda que tentou questionar a demora para o resultado. "A gente ainda tentou argumentar, gesticular por causa do tempo demorado, mas a policial ainda meio que ironizou e falou meio que rindo pra gente. Um absurdo!", desabafou.
Procurada a Polícia Civil relatou que a informação sobre o prazo de 7 meses não procede, mas não deu um prazo específico para  a conclusão. "O tempo para o resultado de exame de DNA está diretamente ligado a variáveis do cruzamento de materiais genéticos e à complexidade do estado dos cadáveres e despojos", explicou. Em relação a suposta ironia dos policiais, a corporação informou que seria necessário ao menos os nomes dos agentes que cometeram o ato ou uma denúncia formalizada para apuração do fato.
Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que acompanha as buscas, investiga quem foram os autores do crime e a motivação. Uma das linhas de investigação é de que os jovens tenham se envolvido com o tráfico de drogas local, o que teria motivado a ação de milicianos que dominam a região. A versão é contestada pelas famílias, que negam o envolvimento dos jovens com o crime organizado.

Os jovens desapareceram no último dia 12 a caminho de um shopping, em Nova Iguaçu, quando, segundo testemunhas, criminosos encapuzados e armados, usando dois veículos, interceptaram o carro de aplicativo que eles estavam e os sequestraram.

Enterros

O corpo de Matheus Costa da Silva, 21 anos, foi encontrado na última segunda-feira (23), e de Adriel Andrade Bastos, de 24 , no dia seguinte. O enterro de Matheus ocorreu na tarde desta quarta-feira (24), no Cemitério de Olinda, em Nilópolis, na Baixada Fluminense. Ele foi reconhecido por causa de uma tatuagem em homenagem ao avô. A cerimônia, que aconteceu às 15h, foi reservada para parentes da vítima.

Enquanto Adriel foi sepultado na tarde desta quinta-feira (25), no Cemitério Municipal de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Devido ao estado do corpo, localizado na altura do KM 32 do Rio Capenga não houve velório, somente o sepultamento.