Cerca de 16 obras de arte avaliadas em R$ 725 milhões foram roubados da vítima Divulgação
A vítima é viúva de um dos maiores colecionadores de arte do país. Ela foi mantida em cárcere privado durante um ano e teve 16 quadros roubados que estão avaliados em R$ 725 milhões. O grupo iniciou o golpe oferecendo tratamento espiritual para Sabine, alegando que ela estava doente, em troca de dinheiro.
A sexta participante do golpe que também foi presa, Jacqueline Stanescos, prima de Rosa e Diana, foi indiciada apenas por estelionato e não teve a prisão preventiva solicitada. De acordo com as investigações, ela foi a segunda vidente contratada pela filha da vítima para convencer a viúva de que a filha corria risco de morte. Ela seria a segunda opinião sugerida à idosa para afastar suspeitas.
Ainda segundo o delegado, ele aguarda a chegada do depoimento do galerista Ricardo Camargo, que comprou cinco quadros de Sabine, que foram roubados de sua mãe.
“Mandei uma carta precatória para São Paulo, pedindo o depoimento dele. Até onde sei, já foi ouvido, mas não recebi de volta ainda”, explicou.
O golpe
A vítima teve o primeiro contato com a falsa vidente em janeiro de 2020, após sair de um banco em Copacabana, na Zona Sul. De acordo com as investigações, Sabine teria passado informações para as videntes antes da primeira abordagem feita por elas, para que assim, pudessem conduzir a extorsão.
As golpistas se aproveitaram do fato da idosa ser uma pessoa interessada em questões místicas, ter feito curso de astrologia e ter um cuidado especial com a filha em questão, pois, desde a adolescência, ela sofre de depressão e já teria tentado se matar.
Ela chegou a pagar R$ 5 milhões pela suposta cura e ao desconfiar que estivesse sendo vítima de um golpe, não quis mais realizar as transferências bancárias e passou então a ser mantida em cárcere privado e ameaçada em seu apartamento, na Zona Sul do Rio, pela própria filha, entre fevereiro de 2020 e abril de 2021.
Durante este período Sabine passou a vender obras de arte para uma galeria em São Paulo. Entre as obras levadas pela filha estavam "O menino", de Alberto Guignard; "Mascaradas", de Di Cavalcanti; "Maquete para o meu espelho"; de Antônio Dias; e "Elevador Social"; de Rubens Gerchman.
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