Postagem de Monique Medeiros em que, supostamente, ela estaria no exterior. Imagem mostra montanhas com neve ao fundoFoto: Reprodução/Redes Sociais
Caso Henry: pai suspeita de viagem de Monique ao exterior após soltura
A mãe de Henry, no entanto, não está proibida de viajar para fora do Brasil, uma vez que a decisão da soltura não estipulou nenhuma medida cautelar
Rio - Após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitar rever a revogação da prisão de Monique Medeiros, acusada pela morte do filho Henry Borel, o pai do menino, Leniel Borel revela alívio com a decisão e ao mesmo tempo preocupação com uma suposta viagem da ré para o Canadá. Ele alega que a liberdade de Monique compromete as investigações.
A mãe de Henry, no entanto, não está proibida de viajar para fora do Brasil, uma vez que a decisão da soltura não estipulou nenhuma medida cautelar, como por exemplo, a proibição da acusada de se ausentar da comarca ou do país. A decisão do desembargador João Otávio de Noronha assegurou o direito de Monique em responder o processo em liberdade. "Sem prejuízo de nova decretação de medida cautelar de natureza pessoal com lastro em motivos contemporâneos", diz em um trecho do comunicado.
Leniel Borel, que atua como assistente de acusação para que Monique volte à prisão, informou que apesar do STF aceitar o recurso exposto por ele e pelo Ministério Público (MPRJ), o tribunal não poderá julgar o recurso protocolado pois, segundo o colegiado, a parte interessada não pode fazer parte do pedido. Logo, uma nova peça, composta apenas pelo MPRJ, deverá ser julgada na próxima sexta-feira (29).
Em conversa com o DIA, Leniel lamentou a decisão monocrática que permitiu que a mãe de Henry sair do Instituto Penal Santo Expedito, no último dia 29 de agosto. Segundo ele, a liberdade dela é uma "afronta para sociedade".
"A Monique, solta, compromete a investigação. Ela constrange testemunhas, já limpou provas, e causa uma sensação de impunidade ao país. Pela natureza dos crimes que ela cometeu, nenhum deles permite a possiblidade dela solta", argumentou.
Outra preocupação do engenheiro são postagens da professora que, supostamente, mostram ela em viagem para o exterior.
"Recebi, através da internet, fotos de postagens da Monique, em que ela estaria, provavelmente, no Canadá. Não tenho como confirmar isso, mas a decisão do desembargador não colocou nenhuma medida cautelar como uso de tornozeleira eletrônica ou retenção de passaporte. Então, hoje, ela está livre para fazer o que quiser".
Na foto, que, supostamente, seria do Instagram da mãe do menino, há um lago em meio a uma vegetação e, no fundo, existem algumas montanhas cobertas com neve, o que sugere que a paisagem não seja no Brasil.
No meio da postagem, aparece a mensagem: "Meu filho iria amar estar comigo nesse friozinho, vendo a natureza, sendo mimado e amado, como ele era todos os dias. Saudades meu amor."
Questionado pelo DIA, o advogado de Monique Medeiros, Hugo Novais, informou estar em um congresso e que "depois responderia ao contato". O espaço segue aberto para manifestação
Pai busca recursos para acompanhar julgamento do recurso
Leniel Borel afirmou que vai até Brasília para acompanhar, pessoalmente, a sessão que vai julgar o recurso enviado por ele e pelo Ministério Público. Inclusive, está esbarrando em um empecilho: o financeiro. De acordo com o engenheiro, ele está buscando amigos e parceiros para ajudar a custear as despesas da ida, junto com o advogado, para Brasília.
"Eu já tive propostas para auxílio financeiro de algumas instituições para financiar essa empreitada da justiça pelo meu filho, mas nunca aceitei. Até iniciei os processos para criar a ONG Henry Borel, mas tudo isso tá ficando muito caro. Não me restou outra alternativa, senão procurar alguma ajuda pra continuar", disse.
Ataque hacker atrasou liberação de alvará de funcionamento
O pai de Henry disse que a ideia de fazer uma instituição para homenagear o filho, e auxiliar outras famílias que passam pelo mesmo drama, já saiu do papel. De acordo com o homem, a sede da ONG Henry Borel já está quase em funcionamento em um shopping no bairro do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio.
"O ataque hacker que afetou os serviços da prefeitura atrasou a liberação do alvará, mas o contador disse que, provavelmente, nesta semana já deve estar liberado e iniciará o funcionamento", disse.
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