Médico agride estudante carioca depois de se irritar com barulho, em SP Foto/Reprodução
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, acompanhado da mãe, ele explicou o ocorrido e detalhou o medo que sentiu após ser agredido.
“No momento em que ele chegou perto e me agarrou eu parei de pensar, eu estava em choque. Ele me pegou pelo pescoço e me jogou contra a parede e eu fiquei gritando dizendo que não fiz nada, mas ele continuou me batendo e eu me agachando. Ele falou que estava estudando e me deu vários tapas com chinelo, depois ele me deu um tapa mais forte e mandou eu pegar outro cartão pra ele, pra ele abrir a porta, eu desci e chamei o segurança que não deixou ele chegar perto de mim. O que era pra ser uma viagem, virou um pesadelo”, contou.
A agressão aconteceu no 10º andar do hotel, onde Lucas Rolim Valoni, de 27 anos, bateu no adolescente. Nas imagens das câmeras de segurança, é possível ver dois jovens brincando em frente a um dos quartos do corredor. Lucas, incomodado com o barulho, abre a porta do quarto 1013, e dá vários tapas no adolescente.
O adolescente contou que ele e o amigo estavam apenas rindo na porta do quarto de outros colegas. “Eu fiquei no 9º andar, mas nossos amigos falaram pra gente subir pro 10º andar onde eles estavam, a gente entrou e ficou lá conversando, aí saímos do quarto deles, e depois eles não queriam abrir a porta de novo e eu falei pra a gente ir e esperar ele lá embaixo, mas meu amigo voltou e ficou falando coisas engraçadas e eu fiquei rindo, nisso outra porta abriu e saiu um cara”, disse.
A mãe do estudante ainda relatou a sensação ao ver as imagens das agressões. “Eu quase surtei, chorei, só de imaginar o que ele sentiu naquele momento”, contou.
O adolescente também desmentiu a versão relatada por Lucas. “Ele falou que a gente bateu na porta dele várias vezes, que ele pediu pra gente parar e a gente não parou, mas é mentira, portanto que tá gravado. Depois, na hora que eu tava no quarto e ouvia um barulho eu já ficava com medo”, complementou o estudante.
Lucas havia trabalhado o dia todo, sendo hospital um ambiente de alta tensão emocional, e à noite estava estudando para concurso na área de saúde. O silêncio ordinário de qualquer hotel vinha sendo abalado a horas pelos adolescentes que gritavam pelos corredores, batiam nas portas, tocavam campainhas.
Os funcionários do hotel foram comunicados acerca do problema e não houve providência que restabelecesse o sossego necessário ao repouso e concentração para estudar. O nível de stress elevado disparou o exercício arbitrário das próprias razões.
Lucas confia nas instituições brasileiras e se submeterá ao crivo do Poder Judiciário a tempo e modo. O julgamento nos termos do devido processo legal é conquista civilizatória que sobrepuja os "julgamentos" midiáticos.
"Para contribuir com as investigações, após a denúncia efetivada, o hotel Travel Inn Ibirapuera apresentou as imagens das câmeras de segurança do local a polícia, além de estar à disposição das autoridades para quaisquer outras informações, se necessárias", esclareceu a rede.
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