O enterro do cabo da Policial Militar Marcelo Frank Ferreira, 39 anos, morto a tiros na Freguesia no último domingo (25) ocorreu nesta terça-feira (27) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do RioPedro Ivo/Agência O Dia

Rio- "Ele tinha orgulho de vestir a farda, o prazer de trabalhar". O desabafo é de um amigo do cabo da Polícia Militar Marcelo Frank Ferreira, 39 anos, enterrado no fim da manhã nesta terça-feira (27) no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Ele foi morto a tiros na Freguesia no último domingo (25) enquanto estava de folga.

Durante o sepultamento, a viúva do agente passou mal e precisou ser atendida na ambulância da corporação. Enquanto o filho de aproximadamente 5 anos apareceu fardado com o nome de guerra do pai estampado no peito.
Um pouco antes de fechar o caixão, um amigo de Marcelo, também PM que não quis se identificar, contou sobre o orgulho do agente em vestir a farda. “A vida é um sopro, no sábado (23), ele abraçou cada um que estava com ele, parece que estava se despedindo. Só a gente sabe o quanto ele lutou pra entrar na polícia, a PM está perdendo um dos melhores soldados que eu já vi em 22 anos de Polícia Militar, ele tinha o prazer de botar a farda, o prazer de trabalhar, ele brigou e lutou para entrar na policia”, disse.

Na cerimônia, o PM ainda aconselhou as pessoas a aproveitarem a vida e relatou que ele está perdendo um pedaço do seu coração com a morte de Marcelo.

“Curta vida, a vida é um sopro! Eu tô perdendo um pedaço do meu coração, vocês não sabem o quanto é difícil tá aqui e falar isso. Ele é um dos melhores amigos que eu tive na minha vida, eu to perdendo um pedaço de mim, mas eu falo pra vocês, perdoe, abrace! Eu fiquei com ele sábado o dia todo, então gente, abrace seu pai, sua mãe, perdoe. Marcelinho vai com Deus!”, finalizou.

Um outro agente que esteve no local, mas preferiu não se identificar, descreveu a vítima como “bom profissional e bom colega”. Enquanto um outro agente, que também preferiu preservar a identidade, informou que a vítima não tinha medo da violência. “O Marcelo não se queixava de violência, tanto que ele estava de moto, um veículo que geralmente é visado”, contou.
Segundo colegas de farda, Marcelo era do Grupamento de Ações Táticas (GAT), lotado pelo 41ºBPM (Irajá). O comandante do batalhão, inclusive, esteve presente no enterro, que reuniu cerca de 70 pessoas.

A família, muito abalada, não quis dar entrevistas. Os policiais presentes no enterro desconfiam de uma possível execução. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

O caso

O corpo de Marcelo foi encontrado na esquina da Rua Comandante Rubens Silva com a Rua Tirol, na Freguesia, após policiais militares que realizavam patrulhamento na região, ouvirem dois disparos de arma de fogo. Ao chegarem no local, o agente foi encontrado caído no chão já sem vida

De acordo com testemunhas, um automóvel Nissan/versa de cor branca teria parado e fechado a motocicleta da vítima, e em seguida três homens encapuzados teriam desembarcado e atirado. Os suspeitos fugiram do local. O veículo da vítima e a arma foram recuperados.