Raphael foi atingido enquanto voltava com seus amigos de uma festa após ver o clássico entre Flamengo e FluminenseReprodução/Redes Sociais

Rio- A Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público (MPRJ) e tornou réu o policial militar Marcio Felipe dos Santos Ribeiro por homicídio qualificado, quando não há possibilidade de defesa da vítima. Ele é acusado de atirar na cabeça do radiologista Raphael Montovaneli, de 40 anos, durante uma blitz no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. A vítima teve morte cerebral atestada pela equipe médica no último dia 22.

De acordo com a denúncia apresentada pelo MPRJ, o PM estava baseado na Avenida Marechal Rondon, altura do número 320, quando o carro em que a vítima estava passou, sem que qualquer dos passageiros tenha notado a ordem de parada. O agente, então, disparou contra o veículo, atingindo a cabeça de Raphael, que estava no banco de trás.
"Os contornos da mencionada ação policial autorizam a conclusão de que, qualquer pessoa que passasse pelo local naquele momento, fosse um criminoso ou não, teria sido alvejada pelo denunciado, sendo certo que, mesmo previsível o resultado morte, não hesitou em efetuar o disparo que ceifou a vida de Raphael", aponta o órgão.
No último dia 20, o Tribunal de Justiça do Rio já havia determinado a prisão preventiva do policial militar. Anteriormente, ele estava em prisão temporária pelo crime de tentativa de homicídio.
Entenda o caso
No dia do crime, Raphael estava no banco de trás de um veículo que contava com outras três pessoas. Eles estariam voltando do Maracanã após o jogo entre Flamengo e Fluminense. A PM alegou que o disparo ocorreu após o condutor fugir de uma blitz na região.
Em nota, a corporação informou ainda que o veículo estaria em alta velocidade na direção dos agentes. "De acordo com os policiais envolvidos na ocorrência, um motorista não obedeceu à ordem de parada de equipes do 3º BPM (Méier). O veículo teria vindo em direção à guarnição em alta velocidade e um dos policiais efetuou um disparo de arma de fogo, atingindo um dos ocupantes", informou o comunicado.
No entanto, de acordo com uma prima de Raphael, Amanda Montovaneli, o motorista acelerou para poder passar com o semáforo ainda aberto, já que a região é perigosa. Ainda segundo ela, testemunhas contaram que no local onde o crime aconteceu não havia uma blitz, mas uma viatura fazendo patrulhamento.
Flamenguista, Raphael era ex-presidente de uma torcida organizada do clube. O radiologista era casado e sua esposa está esperando o primeiro filho do casal.