Revoltados, passageiros protestaram na via na manha desta quinta-feira (10)Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio – O Governo do Estado determinou a apuração sobre a suspensão do serviço de trens em três ramais da SuperVia – o de Santa Cruz, Japeri e da extensão Paracambi –, na manhã desta quinta-feira (10). Foram seis horas com mais de 50 estações fechadas. Revoltados, alguns passageiros na estação de Deodoro, que foi atingida em efeito cascata, atearam fogo em objetos e depredaram o local.


A Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Rio (Agetransp) e o Procon-RJ abriram ocorrências para investigar os problemas no transporte, além de avaliar o atendimento aos usuários e os procedimentos para o reestabelecimento da circulação do modal. Segundo o Procon-RJ, caso as justificativas não sejam aceitas pela equipe técnica da autarquia, a empresa poderá ser multada em mais de R$ 12 milhões.

Em carta à SuperVia, a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) cobrou um posicionamento sobre a omissão na prestação de esclarecimentos e demandou a apresentação, em até 24 horas, de um plano de contingência e explicações sobre o ocorrido.
Desde agosto, com a assinatura do Termo Aditivo 12, os recursos homologados pela Agetransp como parte do reequilíbrio econômico-financeiro têm destinação exclusiva e imediata para estabilização do serviço de trens e melhoria das condições da operação do sistema. Quinzenalmente, representantes da SuperVia e da Central RJ, empresa pública responsável pelo transporte ferroviário, se reúnem para acompanhar o cronograma de intervenções que constam no aditivo.
Também nesta quinta-feira, o Procon-RJ multou a SuperVia em R$ 1,6 milhão, referente à fiscalização realizada em maio no rama Santa Cruz, Zona Oeste, inclui a estação de Quintino. Até o momento, a concessionária acumula R$ 10,9 milhões em multas desde o início da operação Estação Segura, iniciada em abril deste ano.

Durante a revisão, foram encontrados problemas de má conservação das estações, falta de acessibilidade, atrasos entre os trens, superlotação, homens em vagões exclusivos para mulheres, passageiros circulando pelos trilhos e ausência de informação aos consumidores quanto aos horários dos trens.