Funcionária da Renner acusou injustamente cliente de furtoReprodução / Redes sociais

Rio - A funcionária das Lojas Renner, que acusou uma mulher negra de furto no último sábado (12), afirmou, em depoimento na 29ª DP (Madureira), que fez uma "abordagem indevida" na cliente. O caso está sendo investigado como calúnia.
Em conversa com o DIA, o delegado Edézio Ramos informou que a funcionária relatou ter visto a cliente colocar uma peça de roupa dentro da sua bolsa. Acontece que essa peça não era da loja. Ainda no depoimento, a funcionária, que foi acusada pela cliente de tomar a bolsa a força e a empurrar, negou qualquer tipo de agressão.
"O fato aconteceu. Ela acreditou que a mulher estava furtando algumas roupas só que a vítima não tinha furtado absolutamente nada. A autora nega qualquer agressão", disse o delegado.
De acordo com o chefe das investigações, câmeras de segurança já foram solicitadas e testemunhas estão sendo ouvidas para confirmar uma possível injúria racial que a cliente citou. A vítima e a sua família estiveram na delegacia nesta segunda-feira (14) para mudar a tipificação do crime para um crime de racismo. Contudo, a investigação segue em andamento por enquanto pelo crime de calúnia.
"O fato foi registrado como calúnia. Estamos no fatos iniciais das investigações. Até agora não há nenhuma evidência que ela efetivamente agiu daquela forma por causa de questão racial. Se tiver que mudar, a gente muda, mas expliquei que juridicamente isso ainda não seria possível", completou Edézio.
Relembre o caso
A acusação de racismo aconteceu enquanto a cliente Awdrey Ribeiro estava em um provador da loja Renner do Madureira Shopping, Zona Norte do Rio, no último sábado (12). De acordo com ela, a funcionária do estabelecimento a acusou de furtar uma roupa.
Segundo testemunhas, a vítima estava em um provador quando a funcionária a empurrou na parede e a mandou tirar da bolsa tudo que ela tinha pegado. A vítima, entretanto, alegou que carregava apenas um casaco que havia comprado em outra loja.
A Polícia Militar foi acionada até o local e levou os envolvidos até a 29ª DP (Madureira). Sabendo do caso, a Renner demitiu a funcionária dizendo que a abordagem foi "totalmente inadequada", sendo um episódio inaceitável.
Veja a nota na íntegra
"O episódio ocorrido no Madureira Shopping é inaceitável. A abordagem realizada foi totalmente inadequada e não está alinhada aos valores da Lojas Renner, por isso a colaboradora responsável já não faz mais parte do quadro de colaboradores da companhia. Nos sensibilizamos, lamentamos profundamente o ocorrido e daremos apoio à cliente, nos colocando à sua disposição.

A empresa não tolera racismo ou qualquer tipo de preconceito e discriminação. Reforçamos que temos uma política de Direitos Humanos, além de um Código de Conduta e um programa de diversidade que buscam promover a inclusão, o que passa pela sensibilização e capacitação constante das nossas equipes.

Continuaremos empenhados em avançar na conscientização de nossos times e no aprimoramento de nossos processos, reforçando os treinamentos e com atuação imediata na loja em questão, com o objetivo de garantir que o respeito e a equidade sejam aplicados em todas as nossas relações."