Caso foi registrado pela vítima na Deam de JacarepaguáReprodução Google

Rio - O cirurgião plástico José Ricardo Simões foi indiciado pela Polícia Civil por importunação sexual a duas pacientes em um consultório na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Umas das vítimas denunciou o médico à Polícia Civil, no último dia 7, após ser assediada durante consulta para realização de procedimento estético. O médico já respondia a outro crime semelhante, ocorrido no ano de 2020, pelo qual também foi indiciado.
A paciente, que procurou Simões para corrigir uma intervenção anterior de próteses de silicone nos seios, também realizou um preenchimento vaginal e lipoaspiração nas costas, por conta dos menores preços oferecidos médico. Logo na primeira consulta, a vítima disse ter se surpreendido com a abordagem do homem. Segundo ela, a informalidade no tratamento a assustou, e causou constrangimento.
Sob orientação do marido, ela gravou um outro atendimento, e novamente foi assediada pelo médico. Ricardo pediu para que ela tirasse a roupa e, durante a avaliação, elogiou o corpo da mulher. O médico contou ainda que gostava de se masturbar enquanto observava as clientes despidas. Em seguida, o cirurgião a perguntou se ela não gostaria de se exibir para ele, alegando que, supostamente outras clientes também faziam.
Em outro momento, José Ricardo fez uma proposta para a vítima. Ele pergunta se ela gostaria de "aventuras sexuais" e "aventuras fora do casamento". E ainda complementa: "Se você quiser, eu faço até outras coisinhas", disse.
A paciente, acompanhada do marido, levou as gravações à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Jacarepaguá, e registrou ocorrência contra o cirurgião plástico. Ambos foram ouvidos, e, após investigação, a instituição decidiu indiciar José Ricardo.
Em nota, a assessoria da Polícia Civil informou que o homem era investigado em dois inquéritos por importunação sexual e, em ambos, foi indiciado.
O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que tem dois procedimentos envolvendo o médico, sendo um deles sobre o caso relatado. Ambos correm em sigilo de acordo com os ritos do Código de Processo Ético-Profissional.
Veja a nota da defesa do cirurgião plástico
"As alegações noticiadas não correspondem à verdade, e se encontram absolutamente fora de contexto, não retratando, inclusive, a inteireza do próprio procedimento investigatório em curso, no qual ficará comprovada a ausência do cometimento de qualquer conduta delituosa, por parte do profissional citado, no exercício de sua profissão. Vale ressaltar que o procedimento investigatório possui caráter preliminar e sigiloso em nosso ordenamento jurídico, e todos devemos preservar o trabalho da autoridade policial. Assim sendo, é o que nos cabe esclarecer no momento.
Matheus Novis, em GMA Advogados."