José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, teve o mandado de prisão expedido pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de JaneiroReprodução
Alvo de operação da PF, filho de Cabral segue foragido da Justiça
Agentes da Polícia Federal estão nas ruas nesta quinta-feira (24), na tentativa de cumprir mandados de prisão de alvos ainda não localizados
Rio - A Polícia Federal deu continuidade a operação "Smoke Free", nesta quinta-feira (24), que mira uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de cigarros. O filho do ex-governador Sérgio Cabral, José Eduardo Neves Cabral, um dos principais alvos da ação, segue foragido.
Na manhã desta quarta-feira (23), a Justiça Federal expediu mandado de prisão contra José Eduardo. Na operação, doze pessoas foram presas, sendo elas sete PMs e um agente da própria PF, identificado como Alan Cardoso Inácio de Assis.
Ao total, foram expedidos 27 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca e apreensão, pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Nesta manhã, agentes cumprem os mandados de prisão dos demais alvos não localizados.
José Eduardo é dono da produtora ZC Entretenimento, de eventos, feiras e shows. Ele tem 26 anos e é filho do ex-governador com a primeira mulher, Suzana.
Seu pai, Sérgio Cabral, chegou a passar mal e desmaiou ao saber do pedido de prisão contra seu filho. Ele recebeu atendimento médico dentro da unidade prisional.
Segundo as investigações da PF em conjunto ao Ministério Público Federal (MPF) e com apoio da U. S. Homeland Security Investigations (HSI), o contrabando das mercadorias era feito por um grupo armado e transnacional, que chegou a gerar prejuízo de dois bilhões de reais à União em sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e corrupção.
Durante a operação, foram apreendidos de R$ 400 mil em espécie, milhares de cigarros clandestinos, veículos de luxo, joias, mídias, celulares, computadores e documentos diversos. Além disso, foram emitidas ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens, avaliados em cerca de 300 milhões.
De acordo com a investigação iniciada em 2020, o grupo criminoso, reiteradamente, no período de quase três anos (2019 a 2022), com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas (facções, milícias etc), através de acerto entre elas e o grupo ora investigado. Em consequência, efetuava a lavagem dos recursos ilicitamente e enviava altas cifras ao exterior de forma irregular, entre outros crimes cometidos.
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