Menino Ney Kayque Lourenço, de 11 anos, reencontra o irmão mais novo depois de ser baleado na cabeça Divulgação
Menino baleado na cabeça fica de pé e tem encontro emocionante com irmão mais novo
Ney Kayque Lourenço de Araújo, de 11 anos, segue internado no CTI tratando das sequelas. Família questiona demora nas investigações da Polícia Civil
Rio - A família do menino Ney Kayque Lourenço de Araújo, de 11 anos, baleado na cabeça em um ataque a tiros contra o carro da sua família no dia 13 de novembro, presenciou um momento emocionante nesta quinta-feira (1º). Depois de 18 dias internado, ele ficou de pé pela primeira vez e chorou ao reencontrar o irmão mais novo, Arthur Eduardo, de 5 anos.
Segundo o pai dos meninos, Henrique Nóbrega, de 32 anos, o mais novo vai precisar passar por tratamento psicológico. "Eles são muito apegados, tanto que ele fica chamando em áudio o Ney, falando que quer o irmão para brincar com ele. O Arthur não quer comer e fica bem agitado também", disse Henrique, muito preocupado.
Ney está internado no CTI do Hospital Caxias D'Or de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e faz sessões de fisioterapia nas mãos e na língua para recuperar a falas, além de fonoaudiologia para tratar das sequelas pós crime. Até o momento, o paciente não tem previsão para receber alta. Inicialmente, o menino iniciou o tratamento no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. Na unidade, ele ficou cinco dias internado em estado gravíssimo e passou por uma cirurgia de emergência.
Família segue sem informações sobre as investigações
Reféns do medo, a família de Ney desabafou ao DIA que desde o ocorrido, a Polícia Civil não repassou nenhuma informação sobre as investigações. Ainda não se sabe também a motivação do atentado ou a identidade dos suspeitos. O caso está sendo investigado sob sigilo na 64ª DP (São João de Meriti). "O autor dos disparos está solto. E o pior é que o padrasto e a família estão com medo, pois o local onde aconteceu o ataque é uma área dominada por milicianos", relata.
Ney Kayque, a mãe, o padrasto e outros dois amigos da família voltavam de um aniversário, em Vilar dos Teles, quando foram surpreendidos por outro veículo que emparelhou com o deles. Em seguida, um homem efetuou os disparos e a criança foi atingida na cabeça.
Considerado um milagre
O menino Ney é considerado um milagre pelos médicos e pela família, que viveu uma grande angústia nos últimos dias. "Ele está com estresse pós-traumático, infelizmente não está falando ainda, mas está se esforçando muito. O que aconteceu com ele é um milagre. Acordar, se mexer... Temos também que agradecer a todos que fizeram uma corrente de oração, a família está aliviada sabendo que ele está fora de risco. Não temos mais aquela sensação de perda, de medo", disse o pai da criança.
Relembre o caso
O menino, a mãe, o padrasto e outros dois amigos da família voltavam de um aniversário, no mesmo bairro, quando foram surpreendidos por outro veículo que emparelhou com o deles. Em seguida, um homem efetuou os disparos e a criança foi atingida na cabeça.
O pai de Ney detalhou o ocorrido durante a ida até a delegacia: "Eles estavam voltando de um churrasco da avó do padrasto. No caminho, quando reduziram para passar por um quebra-molas, o homem no outro carro olhou, viu que o vidro estava abaixado, e simplesmente atirou", disse. Segundo o pai, a mãe do menino gritou que tinha uma criança e, em seguida, desmaiou. "O amigo do padrasto acelerou e levou meu filho para a UPA de São João de Meriti. Quando os médicos perceberam que se tratava de um caso grave, com perda de massa encefálica, transferiram para o Hospital Adão Pereira Nunes", contou.
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