Por luana.benedito
Rio - Com equipamentos mais seguros e sofisticados e points maravilhosos para a prática do esporte, o mergulho recreacional no litoral fluminense nada contra a corrente da crise econômica e cresce a cada dia. Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, é um dos que ganham muitos adeptos a cada ano. Conhecido como o Caribe Brasileiro, o município conquistou, em 2014, o título de Capital do Mergulho do estado, por meio de decreto.
A menos de 30 minutos de navegação, há mais de 200 pontos de mergulhos em águas límpidas, atraindo gente de todo o Brasil e do exterior. Nesta época do ano, a temperatura da água fica entre 12° e 26° C, graças ao fenômeno da ressurgência, conjunto de correntes vindas das Malvinas, ricas em fontes de nutrientes, que formam a base da cadeia alimentar marinha do local. Os mergulhos são feitos a profundidades entre 12 e 25 metros.
Fábio Araújo se diverte em Arraial%2C passeando pelo fundo do mar%2C entre belezas naturais Camilla Aranda

“Neste verão a procura pela prática desse tipo de esporte está ultrapassando as expectativas. Apesar da crise, diariamente nossas agendas estão cheias”, diz Cléber Monteiro Motta, de 53 anos, sócio da Mr. Diver, uma das 13 operadoras que oferecem cursos. Entre os mais procurados está o conhecido como Batismo, um programa de iniciação no mundo subaquático, com instrutores embarcações e materiais apropriados.

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Na média pelo menos 500 pessoas — o dobro de há uma década atrás — mergulham diariamente em Arraial do Cabo. A cidade é única do estado e uma das poucas da América Latina que oferecem condições para todos os níveis de mergulho. Dede o open water (básico), até avançados, técnicos, de naufrágios e o mais novo: de caverna, com 20 metros de profundidade. Em todas as etapas, são concedidos certificados.
O professor de Educação Física paulista Fábio Araújo, 46 anos, aderiu à prática. Com o enteado Vinícius, 13 anos, ele elogia: “Além das belas paisagens e a emoção de passear no fundo do mar, o mergulho relaxa, ajuda no controle da respiração e mantém o preparo físico”, diz.
O mergulho pode ser praticado por pessoas a partir dos 12 anos. Idosos cada vez mais aderemSérgio Goitea

Os mergulhos podem ser feitos por pessoas a partir dos 12 anos. “Temos clientes de mais de 70”, garante Cléber. Um deles é Sebastian Moura, que completou 71 anos em dezembro: “Mergulhos semanais me fazem sentir um coroa de meia-idade”.

De acordo com os representantes das operadoras, cadeirantes e deficientes visuais estão praticando o esporte com mais frequência. “É uma das atividades mais seguras”, ressalta Ana Fanfa, proprietária da operadora Sandmar Nitrox.

R$ 170 por 40 minutos

Os mergulhos duram em média 40 minutos e custam entre R$ 170 (iniciantes, com cilindros e a 12 metros de profundidade, no máximo) e R$ 200 (profissionais, que chegam a ultrapassar 20 metros). O chamado batismo é um momento especial para os iniciantes, que, acompanhados de profissionais experientes, se encantam com a excelente visibilidade da água.

Os pontos de mergulho de Arraial ficam a apenas 140 km do Rio. Há dezenas de espécies de corais, arraias, tartarugas e peixes raros, como o avermelhado peixe-cão, moreias e baiacus de espinho. Apesar de existirem mais de 130 espécies, tubarões são raros ali.

“Cavalos-marinhos e peixes-palhaços fazem a festa dos mergulhadores”, comenta Cléber Motta. Ele alerta que é preciso respeitar as regras de preservação. Nada pode ser tocado. As operadoras fizeram acordos e adotaram práticas sustentáveis, como recolhimento de lixo.