Muitos dependentes químicos e mendigos não concordam com o encaminhamento de volta às suas residências ou para comunidades terapêuticas e abrigos
Muitos dependentes químicos e mendigos não concordam com o encaminhamento de volta às suas residências ou para comunidades terapêuticas e abrigosDivulgação / Renan Otto
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - Com sensibilidade e empatia, uma ação integrada entre as secretarias de Assistência Social, Políticas sobre Álcool e Drogas e Desenvolvimento Urbano, com o apoio da Guarda Municipal, abordou pessoas em situação de rua e dependentes químicos na Praça Dr. Luiz Palmier e Rua João dos Santos, no Centro, e na Praça do Mutuá, com vistas ao acolhimento e à reinserção social.
Na Praça Dr. Luiz Palmier, uma dessas pessoas concordou em voltar para o convívio familiar, após conversa com a equipe da Assistência Social. Ele foi encaminhado por uma van da Secretaria para sua casa, no bairro Santa Catarina. "Nossos profissionais estão preparados para realizar o trabalho de ressocialização das pessoas em situação de rua. Estamos preocupados com a disseminação do coronavírus e a aproximação do inverno, que aumentam a vulnerabilidade dessas pessoas", disse o secretário de Assistência Social, Wagner Rodrigues.
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O trabalho nas ruas também se depara com barreiras. Muitos dependentes químicos e mendigos não concordam com o encaminhamento de volta às suas residências ou para comunidades terapêuticas e abrigos. Foi o caso de um homem de idade avançada, morador de Campos, que já tinha sido encaminhado para casa há cerca de 30 dias, mas retornou às ruas do Centro.
Na Rua João dos Santos, os assistentes sociais conversaram com os desabrigados, alguns assumidamente usuários de entorpecentes. Os profissionais ofereceram encaminhamento para abrigo, mas a oferta lhes foi negada. Ainda assim, as equipes expõem as novas perspectivas, caso decidam sair das ruas.
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"Quando identificamos um dependente químico, sugerimos o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop), que, se aceito, encaminhamos a pessoa para a reabilitação, seja em equipamentos públicos ou comunidades terapêuticas, mas nem todos concordam e não podemos retê-los, pois não são criminosos", disse Wanderson Dias Pereira, secretário de Políticas sobre Álcool e Drogas.
Na última etapa da ação, as equipes se dividiram. Uma parte foi para a Praça do Mutuá e outra foi direcionada para a Rua Aluísio Neiva, no Centro, onde os agentes encontraram um grande volume de lixo acumulado e barracas montadas para permanência dessas pessoas, muitas delas usuárias de drogas. Após a abordagem, a subsecretaria de Limpeza Urbana enviou um caminhão e funcionários para realizarem a limpeza do local.
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"As ações integradas de abordagem serão realizadas semanalmente, como determinou o prefeito Capitão Nelson. Temos equipes especializadas, com olhar atento à população em situação de rua e usuários de entorpecentes, sempre com o objetivo da reinserção social e familiar dessas pessoas", garantiu Alan Rodrigues, subsecretário de Proteção Social Especial.
Foram mobilizados funcionários das secretarias de Assistência Social, de Políticas sobre Álcool e Drogas e de Desenvolvimento Urbano, da Subsecretaria de Proteção Especial, do Centro Pop, do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
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