Bebê abandonado em SG é acolhido por tutores provisórios
Família escolhida pela Justiça é cadastrada em rede oficial local, que seleciona e capacita voluntários para tutela provisória
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - O bebê recém-nascido que foi abandonado no estacionamento do Hospital Municipal Doutor Luiz Palmier foi encaminhado aos cuidados de uma família acolhedora, cadastrada pela Justiça. Ela foi escolhida do cadastrado do Serviço de Acolhimento Familiar de São Gonçalo, uma modalidade de atendimento prevista em lei e destinada ao acolhimento provisório de crianças e adolescentes que precisam ser afastados de seu lar de origem em caráter temporário e excepcional, até que seja redefinida a guarda definitiva. Esses tutores são selecionados, capacitados e acompanhados pela equipe técnica do Serviço de Acolhimento, que conta atualmente com 30 famílias cadastradas voluntariamente para acolher em seu convívio, pelo tempo que for necessário, um menor de idade em situação de desproteção social. Contudo, não podem requerer a adoção da criança.
A menina, hoje com uma semana de vida, foi deixada na manhã da última terça-feira (27) no estacionamento do HLP. Por volta das 7h, funcionários da unidade de saúde encontraram a criança, ainda com a placenta e o cordão umbilical, e a encaminharam para receber o atendimento emergencial no Pronto Socorro Infantil Darcy Vargas, unidade ao lado do local. Lá o cordão umbilical foi removido e os médicos atestaram a boa saúde da bebê, que posteriormente foi encaminhada para a Maternidade Municipal Dr. Mário Niajar, no bairro Mutondo, onde passou por exames complementares.
A Polícia Militar foi acionada e encaminhou o caso para a Polícia Civil, que já está investigando o caso e solicitou ao hospital as imagens da câmera de segurança do estacionamento para tentar identificar a mãe da recém-nascida. A partir disso, os investigadores pretendem descobrir os motivos que levaram a abandonar a filha. A mãe poderá responder jucidialmente pelo crime de abandono de incapaz, dependendo da avaliação da Justiça. Com a identificação da mulher, também será possível encontrar a rede familiar da criança, que pode ser avaliada para assumir a guarda.