Aulas acontecem às terças e quintas, das 18h às 19h, no Clube Tamoio
Aulas acontecem às terças e quintas, das 18h às 19h, no Clube TamoioDivulgação / Renan Otto
Por Irma Lasmar
SÃO GONÇALO - Com o objetivo de realizar a inclusão social de pessoas com deficiências físicas e mentais por meio do esporte, a Secretaria de Esporte e Lazer incluiu em seu quadro de atividades gratuitas à população o Projeto Curumim, que oferece capoeira inclusiva. As aulas acontecem às terças e quintas, das 18h às 19h, no Clube Tamoio. “É relevante fomentar essas ações, pois as práticas esportivas são excelentes ferramentas de inclusão e de oportunidade para potencializar as habilidades e talentos das pessoas com deficiências”, afirmou a secretária municipal de Esporte e Lazer, Simone Monteiro.
O projeto faz parte da Associação de Capoeira Negrinho de Sinhá VII e as aulas aplicadas pelo mestre Antônio Afonso - formado em Educação Física e com pós-graduação em Psicomotricidade - trabalham os movimentos físicos e o cognitivo. “Uma pessoa que está em processo de recuperação motora pode utilizar um pandeiro no lugar de outro acessório, como a habitual bolinha, em seu tratamento. O instrumento, além de recuperar o movimento, mexe com o cognitivo e com a coordenação motora, pois só vai funcionar se você conseguir raciocinar. Os benefícios da capoeira são múltiplos e temos diversos relatos de alunos que antes sequer andavam e, ao longo dos anos da prática, estão conseguindo caminhar sozinhos. É gratificante exercer esse trabalho”, declarou o professor.
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O aluno Maycon Fontoura, 23 anos, tem deficiência física, auditiva e mental e conseguiu um grande incentivo para continuar frequentando as aulas após o início de um quadro de depressão. Sua mãe, Regina Fontoura, de 54, entrou nas aulas do projeto para apoiá-lo e percebe uma evolução significativa em seu desenvolvimento dia após dia.
“Posso afirmar que a capoeira foi uma das melhores coisas que aconteceram na vida do meu filho. Ele tem um comprometimento físico muito grande e a capoeira mexe com o corpo todo. Além disso, percebo que ele fica muito empolgado e com vontade de aprender. O trabalho desenvolvido pelo mestre e o convívio com os outros alunos o ajudaram muito durante o início de um quadro de depressão que meu filho desenvolveu no início da pandemia. E, para incentivá-lo ainda mais, resolvi começar a fazer as aulas com ele e estou adorando”, disse Regina.
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Matheus Souza, 29 anos, se afogou aos dois anos e meio de idade, adquirindo a paralisia cerebral. Há mais de 20 anos com o Mestre Antônio, ele já consegue participar da roda de capoeira juntos com todos os alunos. “Fico muito emocionada em presenciar a evolução do meu filho na capoeira. Vê-lo participando da roda, tocando os instrumentos e convivendo feliz com todos os alunos me enche de alegria. Ele reluta muito para ir à fisioterapia, mas quando falo que é dia da aula de capoeira ele logo se anima“, contou a mãe, Georgina Souza, de 60 anos.
Atualmente o projeto conta com nove pessoas com deficiências e o auxílio de dois instrutores, além do Mestre Antônio. Os responsáveis de crianças e adolescentes que tiverem interesse em participar do projeto podem ir até o Clube Tamoio nos dias das aulas e procurar diretamente o professor.